No que diz respeito à Carta de
Atenas, principalmente a de 1933, é a preocupação que se tem em relação a
arquitetura em um período de grande crescimento urbano. Há ai dois seguimentos
diferentes a serem levados em conta: os arquitetos voltados designadamente à
ação de conservação do patrimônio arquitetônico e urbano e os domínios voltados
as propostas de inovação do chamado Movimento Moderno (na arquitetura e também
no urbanismo).
Foi esse Movimento Moderno, ocorrido no período entre as duas Guerras
Mundiais, que potencializou o determinismo e confiança dos arquitetos da época,
fazendo com que estes buscassem e procurassem novas tecnologias além de
confrontar as necessidades da população em geral. Diane Ghirardo observa que,
em meados da década de 1930, a doutrina do Movimento Moderno é reinterpretada
como classicismo monumental, especialmente com o patrocínio dos regimes
totalitários, percebendo assim a importância dada aos monumentos na Carta.
O principal objetivo da carta de 1931 é trazer para pauta as principais
preocupações encaradas naquele período: os aspectos legais, os técnico-construtivos
e os princípios norteadores da ação de conservação. O documento alega a
necessidade de concepção e fortalecimento de organizações nacionais e
internacionais, de modo operativo e consultivo, voltadas à preservação e
restauro do patrimônio. Vale ressaltar a importância dada a preocupação com a
legislação de cada país e com a necessidade de se constituir princípios
habituais entre os signatários, mesmo que integrados às condições locais,
principalmente para assegurar o predomínio do direito coletivo sobre o
individual.
A Carta de 1933 resume a visão do “Urbanismo Racionalista”, tendo como
principais aspectos debatidos a necessidade de planejamento regional e
infra-urbano, a implantação do zoneamento, através da separação de usos em
zonas distintas, de modo a evitar o conflito de usos incompatíveis, a submissão
da propriedade privada do solo urbano aos interesses coletivos, a
verticalização dos edifícios situados em amplas áreas verdes, a
industrialização dos componentes e a padronização das construções.
Segundo o documento o Estado e a administração pública são mecanismos
imparciais que, percebendo o bem comum, ajustariam sua ação pela julgada
“racionalidade inerente ao conhecimento técnico e científico”. Para o CIAM, a
preservação do legado do passado é um tipo de consentimento que se faz à
história, tendo uma avaliação altamente seletiva, onde analisa o bem monumental
afastado do contexto urbano em que está inserido.
A principal diferença entre as duas Cartas de Atenas acredito ser os
objetivos específicos que cada documento trás. A Carta de 1931 foi criada por
profissionais da restauração com o intuito de estabelecer uma orientação. Já a
Carta de 1933 trata-se das resoluções de um congresso reunido para debater e impulsionar
os novos rumos para a cidade moderna.
Fonte:http://patrimoniocartasdeatenas.blogspot.com.br/2012/09/cartas-de-atena-resumo.html
Fonte:http://patrimoniocartasdeatenas.blogspot.com.br/2012/09/cartas-de-atena-resumo.html
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