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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Filhos? Não, obrigada.

" Por séculos, essa não era uma questão para as mulheres, elas seriam mães e ponto. Hoje, a maternidade já não é obrigação social ou imposição biológica. Com o advento da pílula, de outras formas de contracepção e, principalmente, de um novo entendimento do casamento e da vida pessoal, a mulher passa a ter a liberdade de escolher se deseja ser mãe, papel que exige disponibilidade emocional e tempo.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou em 2010 que um em cada cinco casais no Brasil não tem filhos e uma em cada dez mulheres não pretende engravidar. Esses números têm crescido rapidamente. Em 2000, o número era metade disso e a proporção de casais com filhos caiu de 55% para 47% em dez anos.
Mas apesar da liberdade dos tempos atuais, muitas mulheres ainda sentem dificuldade em negar a maternidade e enfrentam algumas cobranças. Para a terapeuta comportamental e escritora Ramy Arany, co-fundadora Instituto KVT Desenvolvimento da Consciência Empresarial é Assistente social, não estamos mais no tempo de haver pré-conceito em relação à isto. "É direito de cada mulher escolher o que é melhor para a vida dela. São muitos fatores que envolvem esta questão, dentre eles está o fato da mulher não se sentir bem com esta capacidade de cuidar de uma criança, de ser uma mãe presente, de dar preferência ao trabalho, a uma carreira profissional, de não querer perder sua liberdade, não aceitar adoção, dentre outros. Nestes casos a mulher pensa e acolhe a ideia de que realmente não nasceu para ser mãe, deixando esta missão para aquelas que sentem este chamado ou são capacitadas para isto", explica.
Filhos? Não, obrigada.
A pressão para ter filhos é grande. As perguntas dos amigos, parentes e até desconhecidos, principalmente para as casadas, costumam girar acerca do mesmo tema: quando o bebê será "encomendado". A jornalista Talita Batista, 28 anos, de São Paulo (SP), é um exemplo da geração que nem cogita aumentar a família. Casada há três anos, ela conta que sempre que comenta sobre este assunto acaba se chateando. "Eu sinto que não nasci para ser mãe. Já fui julgada e, até mesmo, chamada de insensível por familiares e amigos. Mas eu sei que posso ser feliz se não tiver filhos", ela diz.
De acordo com Arany, a vontade de ser mãe deve vir de dentro para fora, e não ser imposta de fora para dentro para apenas cumprir obrigações ou satisfazer os desejos de outro pessoa. As pessoas precisam entender que o modelo de família já não é mais o mesmo. "Hoje tanto homem quanto mulher objetivam questões diferentes relativas à questão família comparado ao modelo anterior onde, a prioridade da realização com o casamento era ter filhos. A mulher não deve se preocupar em ser abordada de forma desagradável sobre isto. Deve de fato ser segura de sua escolha, e ter a tranquilidade para falar sobre isto."
Listamos abaixo três exemplos de frases desagradáveis que a mulher que não quer ser mãe poderá escutar. Saiba ainda como responder com classes a todas as cobranças dos amigos e família.
1. "Você seria muito mais feliz se tivesse filhos"
"Se você é uma mulher que sente que não nasceu para ser mãe, seja verdadeira consigo mesma observando o porquê deste seu sentimento e, sendo verdadeira, também, com aqueles que você sente que necessita compartilhar sobre isto", ressalta a terapeuta. Explique aos familiares com carinho que essa é a sua escolha e que todos devem respeitar.
2. "E se seu marido quiser muito ser pai?"
"O peso da escolha de ter ou não filhos ainda recai sobre a mulher, embora hoje seja uma decisão mais do casal. Porém, é preciso que se respeite a vontade da mulher em não ser mãe, pois gostando ou não, a escolha de ser ou não mãe é direito dela", afirma Arany.
3. "Você acha que trabalho é mais importante do que sua família?"
Mais uma vez Arany ressalta que o principal motivo da mulher para abrir mão de ser mãe é poder fazer o que bem entender. Nesse pacote, estão incluídos a carreira profissional e a vida social, como sair com os amigos e viajar. Outra questão importante é o dinheiro. Não se preocupe com o que as pessoas pensam. Coloque a sua felicidade e escolhas em primeiro lugar.

Porque não quero ter filhos

Esta é uma “explicação” para aquelas pessoas extremamente irritantes que em conversas casuais ou nos encontros familiares me perguntam: “Então e tu, para quando é o bebé?” e quando ouvem a resposta: “Para nunca” olham-me como se fosse uma ave rara, colocam logo um ar muito condescendente e dizem: “Ainda és nova, daqui a uns anos vais querer, de certeza” ou, “quando tiveres a minha idade vais ter vontade de ter um filho” ou ainda, e esta deixa-me sempre de olhos esbugalhados e literalmente (mas momentaneamente) sem palavras: “mas tens que ter um filho, senão nunca te sentirás uma mulher de verdade”. O quê?! Serei eu então uma mulher falsa e a minha mãe nunca me avisou? Está bem, faço uma concessão à argumentação de que o objectivo de qualquer espécie (incluindo a nossa) é a reprodução e passo a explicar a minha contra-argumentação. Apesar dos instintos “animais” ou não que temos ao longo da nossa vida, somos antes de tudo, seres racionais, que podem e devem pensar sobre o que fazem. E foi isto, simplesmente, que eu fiz. Eu nunca quis ter filhos, não quero ter filhos e admira-me muito que venha a querer ter filhos. Ter filhos, ou mais precisamente, conceber filhos, neste mundo e neste momento da História Humana vai contra os meus princípios e acho mesmo que é um crime!  Que aqueles que têm filhos não se sintam ofendidos. Eu respeito a posição de cada um (mesmo que não concorde com ela) mas também exijo que respeitem a minha.
O mundo está a rebentar pelas costuras, os recursos cada vez são menos e as pessoas cada vez são mais. Estima-se que daqui a 20/25 anos (segundo cientistas que julgo competentes) apenas metade da população mundial terá acesso a água potável. As guerras sucedem-se, os desastres naturais também. Infelizmente a estupidez humana parece também crescer proporcionalmente. Os partidos de direita (re)começam a ganhar visibilidade um pouco por toda a Europa e perdem-se do dia para a noite direitos conquistados arduamente por outros mais corajosos e menos hipócritas que nós. A África na sua maioria tem demasiada gente com demasiada fome, a Doença vai-se abatendo sobre ela sem que ninguém queira fazer nada e com a Santa ajuda da Religião (qualquer versão) ainda se há-de propagar mais, mas este será um assunto para outro artigo num futuro mais ou menos próximo. Entretanto, a América consegue sozinha acumular as mais altas taxas de estupidez mundial e parece-me que este caso não precisa de explicações. Cada vez há um maior hiato entre ricos e pobres. Os primeiros são cada vez menos e os últimos cada vez mais e blá blá blá, poderia continuar nisto durante horas e horas. Agora, por favor, expliquem-me, porque carga de água quereria eu colocar uma criança num mundo destes? Só se fosse realmente muito sádica! Desculpem, mas eu não consigo mesmo ver outra razão. Só se experimentasse um grande prazer com o sofrimento dos outros. Parece-me que é quase impossível viver sem sofrimento ou sem causar sofrimento a outros e só para vos dar um exemplo, pensem nos salários miseráveis, no trabalho infantil, na exploração de outros seres humanos que são necessários para podermos aceder a bens (por vezes essenciais) um bocadinho mais baratos. Este mundo está todo errado…
Mas existe ainda outro argumento muito importante que só vem reforçar a minha posição. Qual é a legitimidade de colocar mais uma criança neste mundo quando já cá há tantas que não têm absolutamente ninguém? Pensem bem. As crianças que eu pudesse ter iriam ocupar o lugar de outras que já existem e que passam os dias em centros de adopção há espera que alguém queira ser a sua família. Aqui surge invariavelmente a expressão muito chocada das pessoas que exclamam: “mas assim nunca será mesmo o teu filho/a! Sabes lá como é que ele/a vai sair. Nunca vai ter os teus genes!” Por favor…eu acho que se esforçarem mais um bocadinho até conseguem fazer melhor e debitar ainda mais estupidez em menos tempo! Mas por que é que alguém no seu estado normal há-de querer outro indivíduo no mundo igualzinho a si? Porque é que os filhos são sempre vistos como a possibilidade de um “Eu pequenino”? Uma cópia de si próprio? Cada ser humano é um indivíduo único, diferente de todos os outros e ainda bem que assim é! Eu não quero um filho para satisfazer os meus desejos, para realizar os meus sonhos, para ser o que eu não fui. Se algum dia vier a adoptar uma criança será em primeiro lugar para dar a esse indivíduo a possibilidade de uma vida melhor em todos os sentidos e se esse indivíduo me trouxer satisfação e realização pessoal tanto melhor. Se não, também não é esse o objectivo principal. A maior parte das pessoas que têm filhos e com quem tenho falado, ou tiveram-nos por “acidente” ou no fundo, para satisfazer um desejo de realização pessoal, transformando-se a criança num meio para atingir um fim puramente egoísta. Por favor, uma criança é um ser-humano, não é um meio de conseguir seja o que for.
Eu não quero ser assim. E reclamo o direito de viver de acordo com os meus princípios e reclamo que esses princípios sejam respeitados.

Fonte: http://maracujah.net/opiniao/filhos
http://mdemulher.abril.com.br/familia/m-de-mulher/3-situacoes-que-as-mulheres-que-nao-querem-ter-filhos-enfrentam

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