Translate

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

AS ANTIGAS CIDADES DO FUTURO

Antigas Cidades do Futuro
ANTIGAS CIDADES DO FUTURO
Imaginar ou tentar prever o futuro foram ações recorrentes ao longo de toda a história humana. Com a arquitetura e o urbanismo, é claro, não seria diferente, especialmente numa época tão cheia de incertezas e inovações quanto foi o século passado. Vários arquitetos, engenheiros e cineastas tentaram, cada uma a sua maneira, descrever a cidade do futuro. Alguns erraram comicamente, enquanto outros acertaram em cheio.
Antonio Sant’Elia foi um dos que acertou: apesar da composição estranha e da escala monumental, seus croquis muitíssimo expressivos mostram edifícios com muitos andares, escadas-rolantes e elevadores, coisa que pro final do século 19 e início do século 20 ainda era um delírio. Lamentavelmente, seus projetos jamais chegaram a ser construídos, tendo no máximo servido de inspiração para a ambientação de alguns filmes futuristas.
Croquis de Antonio Sant’elia.

Por falar em filme, o cinema também teve seu momento cartomante sobre como as grandes cidades atualmente seriam. Fritz Lang, com seu Metrópolis (1926), retrata uma cidade grandiosamente construída, uma vez que no futuro apenas a elite habitaria a superfície, enquanto os pobres trabalhariam no subsolo. Já Fantasias (Just Imagine – 1930), de David Butler, se passa em 1980 – cinquenta anos no futuro – e tem uma pegada mais leve: é um musical repleto de clichês cômicos, com carros voadores, pílulas substituindo comida, nomes substituídos por números e bebês nascendo de máquinas.
As cidades de ambos os filmes, entretanto, dividem algo de semelhante: avenidas exclusivas para carros, edifícios enormes, uso intenso do espaço aéreo. Veja:
À esquerda, Metrópolis; à direita, Fantasias.

Le Corbusier, um dos grandes arquitetos do século 20, também chegou a planejar sua cidade do futuro. Para ele, o centro histórico de Paris, assim como todas as outras grandes cidades, era incompatível com as necessidades modernas, e precisava urgentemente ser demolido para, em seu lugar, serem construídas 18 torres gigantestas, com capacidade para até 40.000 habitantes. Com a hiperpopulação da cidade aliviada, grande parte do espaço urbano poderia ser verde, com espaços de lazer à porta dos edifícios. Este esquema também separaria o tráfego de automóveis do tráfego de pedestres, criando vias expressas que evitariam congestionamento e sinais de trânsito. Subúrbios seriam eliminados e as áreas residenciais nunca mais seriam perturbadas pelo barulho e poluição de fábricas.
A nova Paris, feita para todos, como dizia Le Corbusier, entretanto, jamais foi construída (ufa!).
A Paris do mundo moderno, para Le Corbusier

Agora, se a ideia de colocar 40.000 pessoas num único edifício já soa absurda, espere até conhecer a cidade do futuro de Paolo Soleri.
Paolo Soleri, que já estudou com Frank Lloyd Wright, desenvolveu o conceito de “arquilogia”, onde haveria cidades que pudessem comportar tantas pessoas quanto possível numa área relativamente pequena, poupando espaço para a natureza reinar, mas sendo tudo muito bonito e muito (muito!) grande. Algumas idealizações dele são tão grandiosas que, para serem construídas, seria preciso inventar materiais mais resistentes que os existentes hoje!
Babel: comportaria até 550.000 habitantes. Cuiabá inteira caberia aí dentro.
O ícone do prédio representa o Empire State Building, em escala.

Hoje, “no futuro”, notamos que pouco do que foi sugerido tornou-se realidade de fato, e talvez fiquemos tentados a achar que idealizar uma cidade avançada seja algo utópico e ultrapassado. Mas idealizações desse tipo continuam sendo feitas, e hoje imagina-se as cidades do futuro mais ou menos assim:
Eco-cidade, de Vivent Callebaut.
Arquitetura e design juntos por uma cidade sem poluição, de Mitchell Joaquim
Technopolis, de Jean Philippe Zoppini

E se você acha que isso é coisa ficção científica, saiba que já há uma “cidade do futuro” sendo construída na Coreia do Sul. Veja mais clicando aqui

Fonte: http://portalarquitetonico.com.br/as-antigas-cidades-do-futuro/

Nenhum comentário:

Postar um comentário