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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

CIDADE E SEGREGAÇÃO

PLANEJAMENTO URBANO QUE ESTIMULA SEGREGAÇÃO E DESIGUALDADE SOCIAL

goiânia
GOIÂNIA
O Surgimento de uma nova classe social, o inchaço decorrente do crescimento populacional exacerbado, a transformação nos meios de transporte e produção gerados a partir de uma nova ordem urbanística que emerge no contexto urbano(por conta da Revolução Industrial) , fazem surgir novas problemáticas relacionadas a esse novo espaçamento urbano gerando discussões,  modelos e propostas de planejamento urbano.
O desenho urbano passa a ser então, uma questão que propõe uma análise das diferentes dimensões da cidade e de sua respectiva compreensão dessa nova realidade do meio urbano. Era a necessidade de se ordenar a “desorganização urbana” provocada de expansão urbana. A partir da década de 1930 com o CIAM (Congrès Internationaux d’Architecture Moderne), que assumiu uma orientação com relação às posturas vinculadas a arquitetura e as intervenções urbanas e sociais, houve uma multiplicação nas intervenções urbanísticas e no surgimento de projetos que evocavam cada vez mais o zoneamento do espaço urbano (surgido da hierarquização dos espaços, das suas funções sociais, psicológicas, seus usos, promovendo segregação de classes mais baixas.)
Esses modelos que surgiram interferem de modo cada vez mais constante no desenho urbano das cidades e no seu planejamento, evocam uma construção torpe de cidadania, a partir de modelos sociais não correspondentes ao real que prevalece na cidade e chegam a encarnar futuros alternativos, a partir de um conceito de modernidade que em termos práticos não está sendo aplicado nesses projetos. É uma idealização utópica de futuro das cidades e de uma sociedade segundo interesses que não culminam nos interesses do todo, que estão baseados em causas inexistentes e em uma teoria totalmente descontextualizada.
Muitos desses discursos que buscam justificar toda a idéia ilusória em que estão baseados esses projetos urbanísticos surgem em sua maioria de interesses de agentes urbanos e de promotores do espaço público, que buscam a especularização das cidades e de seus espaços através de traços desertificantes da modernização, “as nossas cidades são apenas a fachada mais visível da atual mundialização desintegradora do capitalismo. (ARANTES, 2001, p.129)”.
O modelo dos CIAM apela diretamente para que a autoridade estatal institua o planejamento total do espaço construído que, segundo a teoria, constitui essas condições e permite a implementação de seus planos-diretores do futuro. O apelo privilegia o desenvolvimento do próprio aparelho do estado moderno como o supremo poder planejador. Exatamente por causa dessa ênfase, as elites empenhadas na construção do estado, quaisquer que sejam suas convicçõs políticas adotaram o modelo do planejameno urbano do CIAM (…). (HOLSTON, 1996, p.246)
Umas das principais reflexões críticas acerca do cotidiano da vida urbana contemporânea, tematizada em diferentes campos refere-se ao processo denominado “espetacularização urbana” em alusão as nefastas conseqüências do processo de privatização dos espaços públicos pela especularização imobiliária e a conseqüente gentrificação (enobrecimento de áreas com expulsão da população mais pobre) das cidades contemporâneas. Em tais processos, o ambiente urbano tende a se caracterizar com uma cenografia e a experiência urbana cotidiana, por sua vez, então acaba resumida a utilização e circulação disciplinadas por princípios segregatórios, conservadores e despolitizadores que conferem um sentido mercadológico, turístico e consumista ao seu modo de operação. (JACQUES, 2009)
O que tem se visto em muitas cidades é discurso de plano de expansão, desenvolvimento e qualidade de vida no espaço urbano. No geral muitas empresas imobiliárias o evocam como justificador pra ações que parte apenas ao interesse econômico das mesmas e em certos casos até de interesses político partidários.  O desenho urbano fica a mercê de interesses de uma minoria, segrega os mais pobres e definitivamente empobrece a experiência urbana de certos espaços, não leva em real consideração as verdadeiras necessidades de intervenção, do planejamento urbano como um todo gerando ainda mais problemas para o espaço urbano (transporte público, problemas infraestruturais, acesso a educação de qualidade, e a desigualdade social como um todo).
Vale pra nós, estudantes/arquitetos e urbanistas/cidadãos questionarmos mais sobre a experiência urbana que tem sido empobrecida e é cada vez mais segregadora, temos que pensar no que temos feito de nossas cidades por nós e pelos tantos outros que a fazem parte dela.
Indico para leitura o texto do Flávio Villaça, São Paulo: segregação urbana e desigualdade; Urbanismo em fim de linha do Arantes;  O estado capitalista e a questão urbana do Jean Lojkine; Paisagens  urbanas pós-modernas: mapeando cultura e poder do Zukin, publicado  na Revista do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN) e o texto Segregação espacial urbana do site do professor adjunto do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSC, Renato Saboya, em que eu particularmente gostei de alguns textos e de algumas referências por ele utilizadas.  E os seguintes textos encontrados no site do Vitruvius Que cidade estamos construindo?; Qualidade urbana contemporânea; Desordem na cidade?. Vale a pena dar uma olhada nesses textos.

Fonte: http://portalarquitetonico.com.br/cidade-e-segregacao/

Dicas de filmes e livros sobre o Iluminismo

 Filmes sobre o Iluminismo


A Imperatriz Galante (1934)
Diretor: Joseph Dit Von Sternberg

A Rainha Imortal (1934) 
Diretor: Paul Czinner

Catarina, Imperatriz da Rússia (1962)
Diretor: Umberto Lenzi

A Flauta Mágica (1975)
Diretor: Ingmar Bergman

Amadeus (1984)
Diretor: Milos Forman

Divino Amadeus (1985)
Diretor: Slavo Luther

Catarina, a Grande (1994)
Diretor: Marvin J. Chomsky

Farinelli (1994)
Diretor: Gérard Corbiau

O Outro Lado da Nobreza (1995)
Diretor: Michael Hoffman



Livros sobre o Iluminismo


A Escola de Frankfurt - Luzes e Sombras do Iluminismo - Coleção Logos 
Autor: Matos, Olgaria C. F.
Editora: Moderna

Iluminismo Radical - A Filosofia e a Construção da Modernidade 1650-1750 
Autor: Israel, Jonathan I.
Editora: Madras

Revolução Francesa e Iluminismo - Repensando a História 
Autor: Grespan, Jorge
Editora: Contexto

- Lavoisier e a Ciência no Iluminismo - Coleção Ciência no Tempo 
Autor: Braga, Marco
Editora: Atual

O Iluminismo e os Reis Filósofos
Autor: Fortes, Luiz Roberto Salinas
Editora: Brasiliense

Iluminismo - Série Princípiosx   
Autor: Falcon, Francisco Jose Calazan
Editora: Ática

- Iluminismo e Império no Brasil - O Patriota ( 1813 - 1814 )   
Autor: Kury, Lorelai
Editora: Fiocruz

Iluminismo: A Revolucao das Luzes
Autor: Nascimento, Milton Meira do
Editora: Ática

Marquês de Pombal - Paradoxo do Iluminismo
Autor: Maxwell, Kenneth
Editora: Paz e Terra

Utopia e Reforma no Iluminismo 
Autor: Venturi, Franco
Editora: Edusc

Filme:

RECOMENDO:

O AMANTE DA RAINHA – O Iluminismo 

 Ao resgatar a história de Johann Friedrich Struensee, O Amante da Rainha expõe a introdução das ideias do Iluminismo na Dinamarca no final do século XVIII, os seus efeitos na história do País e a influência que se espalharia sobre toda a Europa
John Struensee (Mads Mikkelsen), o amante;  Cristiano VII (Mikkel Boe Folgsgaard), o Rei; e Caroline Mathilde (Alicia Vikinder), a Rainha: personagens reais que fundamentaram o Iluminismo no Século XVIII
John Struensee (Mads Mikkelsen), o amante; Cristiano VII (Mikkel Boe Folgsgaard), o Rei; e Caroline Mathilde (Alicia Vikinder), a Rainha: personagens reais que fundamentaram o Iluminismo no Século XVIII
A história de amor, ousadia e traição que gerou a introdução das ideias iluministas na Dinamarca do século XVIII pode ser conferida, por completo, no drama histórico O Amante da Rainha, de Nikolaj Arcel, ganhador do Urso de Prata no Festival de Berlim e representante da Dinamarca ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2013.
Para manter a fidelidade do fato histórico, o diretor e roteirista Nikojal Arcel, 41, leu pelo menos sete livros – entre eles o aclamado The Royal Phsysician’s Visit (2002), do sueco Per Olov Enqvist – sobre o triângulo amoroso envolvendo Cristiano VII (1748-1808), o suposto rei-louco da Dinamarca, sua esposa, a princesa britânica Caroline Matilde (1751-75), e o médico alemão Johan Friedrich Struensee (1737–72) -, mas centrou a adaptação em Prinsesse af blodet(Princesa do Sangue, inédito no Brasil), obra do historiador Bodil Steensen-Leth.
Mudanças históricas
Simplesmente notável e fascinante, O Amante da Rainha centra o seu enredo no triângulo amoroso, mas em momento algum relega ao segundo plano como as ideias iluministas saíram das mentes e obras do inglês John Locke (1632-1704), e dos franceses Denis Diderot (1713-84), François Marie Arouet (1694-1778), o Voltaire, e Jean-Jacques Rousseau (1712-78), entre outros, foram instauradas e promoveram profundas mudanças sociais na sociedade dinamarquesa.
Para saber mais sobre os filósofos Iluministas, > acesse aqui <
John Locke, Voltaire, Jean-Jacques Rousseau e Denis Diderot: livre pensadores iluministas
John Locke, Voltaire, Jean-Jacques Rousseau e Denis Diderot: livre pensadores iluministas
Para um melhor entendimento do filme, entenda-se o iluminismo, conforme definição do Dicionário OnLine de Português, como uma Organização, movimento, centrado na intelectualidade, que se baseia na utilização da ciência e da razão para indagar os preceitos filosóficos – de maneira empírica e racional -, recusando, assim, quaisquer dogmas, principalmente, os relacionados às doutrinas religiosas e/ou políticas.
Para saber sobre os ideais iluministas,  > acesse aqui <
A história real, narrada em flashback através de uma carta que Caroline Matilde escreve no exílio e a destina aos seus filhos, Frederick (Frederico VI, 1768–1839) e Luísa Augusta (1771-1843). Ela descreve todos os acontecimentos desde a sua chegada à Corte, em 1776, aos 15 anos para se casar com Cristiano VII – que não se interessava em manter relações sexuais com ela –, passando pela chegada de Struensee em 1769, o qual lhe trouxe a companhia, o prazer do sexo e os livros dos pensadores iluministas, até o golpe político promovido, em 1772, em uma união da elite, políticos conservadores, igreja e militares que desfez todas as mudanças iluministas implantadas no curto período de 3 anos.
Cristiano VII, Caroline Mathilda e Johan Friedrich Struensee por artistas da época
Cristiano VII, Caroline Mathilda e Johan Friedrich Struensee por artistas da época
Neste contexto, o enredo centraliza dois aspectos históricos: a relação amorosa entre ela e Struensee e como este manteve, durante três anos, enorme influência pessoal junto ao jovem monarca – que segundo alguns historiadores tinha baixíssima autoestima, inclinações homossexuais e sintomas de esquizofrenia –, a ponto de governar a nação; e, segundo, como a revolução filosófica iluminista foi posta em prática e tornou a Dinamarca, durante o citado  período, o centro de luz na Europa, influenciando os demais países do continente.
Para saber sobre o Rei Cristiano VII da Dinamarca, > acesse aqui <
Um detalhe da História
Acrescente-se (e isso não está no filme) que Cristiano VII conheceu Struensee na Prússia (atual Alemanha), em 1767, e que o levou em uma viagem a Londres e Paris. Na cidade-luz, conheceram Diderot, o qual deixou implantada na cabeça do médico, quando falam sobre a possível loucura do monarca, uma frasezinha filosófica: mas, se o for, então a doença deixa um vazio no centro do poder. Quem quer que ali entre tem uma oportunidade maravilhosa. Struensee, leitor voraz dos pensadores iluministas, entendeu perfeitamente o recado e o utilizou para manipular Cristiano VII.
Caroline, por sua vez, conhecedora as obras de Locke e dos iluminados franceses, quando é atendida por Struensee, tem o caminho aberto a se tornar a sua amante ao ver dezenas de livros de seus autores preferidos na estante. Ele lhe dá uma das obras de Rousseau. É o início de um relacionamento mais próximo.
Para saber mais sobre Carolina Mathilde, > acesse aqui <
Carolina Mathilda encontra na biblioteca dele os livros que foram proibidos: início da paixão
Carolina Mathilda encontra na biblioteca dele os livros que foram proibidos: início da paixão
As reformas iluministas foram implantadas por Cristiano VII, mas os seus originais arquitetores foram a rainha e seu amante. Ele, o rei, tinha o médico como um grande amigo e uma admiração ao ponto de deixá-lo governar a Dinamarca como o Rei da Prússia, como diz abertamente.
Reformas aplicadas
Entre as reformas iluministas, cite-se, a vacinação obrigatória para as crianças e os enfermos nos hospitais, a construção de uma rede de esgotos (o detestado pelos políticos sistema de saneamento básico), a redução da carga horária dos trabalhadores, a eliminação da censura às obras literárias e da tortura para extrair confissões de prisioneiros, a taxação das terras dos grandes latifundiários, também a proibição da violência como punição para colonos e escravos, a suspensão da gratificação de pensões a funcionários públicos, a abolição da pena de morte para casos de roubo, criação de um fundo de proteção para os filhos ilegítimos e a construção de abrigos para as crianças abandonadas, entre outras.
No entanto, Struensee não teve a coragem de promover a maior das reformas exigida pelo iluminismo: a liberdade, expressada pela abolição da escravatura – certamente por temer uma revolta dos poderosos latifundiários e de seus aliados, os políticos e a igreja. Isso viria a ser feito por Frederico VI após assumir o poder em um golpe de Estado que tirou a avó e o Conselho do poder.
Para saber mais sobre Johan Friedrich Struensee, > clique aqui <
Alicia Vikinder e Mads Mikkelsen em O AMANTE DA RAINHA (2012): o Iluminismo no poder
Alicia Vikinder e Mads Mikkelsen em O AMANTE DA RAINHA (2012): o Iluminismo no poder
Resgate da História
O Amante da Rainha resgata esse processo histórico e põe luzes sobre a Dinamarca do final do século XVIII. Ao seu final, a obra de Arcel promove, para quem não sair às pressas do cinema, uma reflexão sobre as ideias iluministas que floresceram há 250 anos e o vácuo no presente, no qual se destaca a ausência de grandes reformas sociais e políticas.
No bojo do pensar, com maus políticos e governantes incompetentes, mal intencionados ou simplesmente corruptos promovem de atraso na história das nações e no progresso da civilização como história de conquistas. Com isso, fui levado a duas perguntinhas filosóficas: Será que as ideias iluministas vivem até hoje em cada um de nós? O mundo atual se ressente dos ideais iluministas?
O Amante da Rainha, ao puxar o espectador para a reflexão através da História no período iluminista, revela a sua importância como obra de arte. Um filme poderoso. É um dos melhores, senão o melhor, do ano.
Ficha técnica
O Amante da Rainha
Em Kongelig Affaere
Dinamarca-Suécia-República Tcheca, 2012
Direção: Nikolaj Arcel
Elenco: Mads Mikkelsen (Johan Friedrich Struense), Alicia Vikinder (Caroline Mathilde), Mikkel Boe Folgsgaard (Cristiano VII), Trini Dyrnholm (Juliane Marie) e David Dencik (Ove Hoegh Guldberg)
137 minutos
16 anos
Em cartaz
Multiplex UCI Ribeiro/Sala 5 – Sextas, 21h30; sábados, 10h45; domingos, 12h10; Faixa Nobre/19h – de segunda a 5ª feira.
Confira o trailer de O Amante da Rainha.
FONTE:  http://blogs.diariodonordeste.com.br/blogdecinema/criticas/amante-rainhacritica-iluminismo-ideias-perigosas/


Exposição “Mobiliário de Lina Bo Bardi – Tempos Pioneiros”, na Casa de Vidro

Cortesia de Instituto Lina Bo e P. M. Bardi

Cortesia de Instituto Lina Bo e P. M. Bardi

Em comemoração ao centenário de nascimento da arquiteta ítalo brasileira Lina Bo Bardi, a Casa de Vidro, atual sede do Instituto Lina Bo e P.M. Bardi, promove a exposição “Mobiliário de Lina Bo Bardi – Tempos Pioneiros”, aberta ao público no dia 19 de outubro.
Aproximadamente 30 peças de mobiliário compõem um panorama desde sua chegada ao Brasil em 1947 até o final dos anos 1950, quando Lina se muda para Salvador.
Móveis concebidos para a primeira sede do o Museu de Arte de São Paulo (MASP) no centro de São Paulo, para a própria Casa de Vidro e algumas obras desenvolvidas em parceria com o arquiteto Giancarlo Palanti para o catálogo do Studio de Arte Palma compõem o conjunto de trabalhos que serão exibidos ao público nessa exposição.
Muitos dos trabalhos, que fazem parte de coleções particulares e dos acervos do Instituto Lina Bo e P.M Bardi e da Artemobilia Galeria, e nunca foram antes expostos.
Em 2015 uma segunda exposição tratará do retorno da arquiteta a São Paulo e exibirá uma nova coleção de móveis, incluindo os produzidos para a sede atual doMASP, o icônico museu de Lina na Avenida Paulista.
A exposição é gratuita e, além das peças de mobiliário, apresenta também desenhos originais, fotografias e o projeto que originou a cadeira Bowl, obra que deu visibilidade internacional à Lina enquanto designer.

Mobiliário de Lina Bo Bardi – Tempos Pioneiros
  • Data: de 19 de outubro a 06 de dezembro
  • Horário: quinta a domingo, das 10h às 17h
  • Local: Casa de Vidro
  • Endereço: Rua General Almério de Moura, 200, Morumbi - São Paulo-SP


Fonte: Romullo Baratto. "Exposição “Mobiliário de Lina Bo Bardi – Tempos Pioneiros”, na Casa de Vidro" 29 Sep 2014. ArchDaily Brasil. Acessado 30 Set 2014. http://www.archdaily.com.br/br/627787/exposicao-mobiliario-de-lina-bo-bardi-tempos-pioneiros-na-casa-de-vidro?utm_source=ArchDaily+Brasil&utm_campaign=cb10d0d4e1-Archdaily-Brasil-Newsletter&utm_medium=email&utm_term=0_318e05562a-cb10d0d4e1-407774757
O desempenho acústico um ano após a publicação da NBR 15575
A Norma de Desempenho, em exigibilidade desde julho de 2013, é um dos instrumentos  para a melhoria da especificação, do projeto e da construção, com impactos positivos e grande destaque no conforto acústico das edificações habitacionais.

Que a entrada em vigor, há um ano, da NBR 15575 foi decisiva para agregar conforto acústico às construções, não há dúvida. Essa é a opinião do presidente da ProAcústica, Davi Akkerman.  Para ele, a Norma de Desempenho, em exigibilidade desde julho de 2013, é um dos instrumentos  para a melhoria da especificação, do projeto e da construção, que teve grande destaque no quesito conforto acústico. “Será preciso que todos os agentes envolvidos incorporem efetivamente essa nova cultura às práticas de desenvolvimento de novos projetos e empreendimentos residenciais e, assim, agregar de fato, o conforto acústico às construções”, declara.
No entanto, diz Akkerman, a indústria fornecedora da construção civil deve se aprimorar na caracterização de seus produtos e sistemas, por meio de ensaios que demonstrem o desempenho de cada um. “As construtoras, por sua vez, estão buscando incorporar as soluções acústicas no dia a dia de seus projetos e obras, de maneira a atender ao que prescreve a norma. De forma geral, todos têm muitas adaptações a fazer neste processo de apropriação e aplicação da Norma de Desempenho, a fim de garantir o resultado mais adequado e assegurar o direito dos consumidores”, pondera o presidente da ProAcústica.
Ao mesmo tempo, ele acredita que a sociedade já vem tomando consciência do seu direito ao conforto acústico dentro de casa. Apesar da grande dificuldade de saber para quem reclamar, os usuários vêm manifestando há tempos suas insatisfações com o desconforto acústico nos edifícios residenciais. “Mas, de uma forma geral, a tomada de consciência do direito ao conforto acústico vem acompanhado de um processo de educação, informação e esclarecimento. Todos os envolvidos precisam contribuir para que a qualidade acústica nas edificações, e no meio ambiente, contribua de fato para a melhoria do bem-estar e da saúde pública, direito de todo cidadão”, afirma.
Em termos de soluções de projeto, Akkerman destaca que não é necessário nada de muito novo. O mercado deve se preparar para especificar as soluções mais adequadas nos diferentes tipos de projetos arquitetônicos para adaptação às exigências normativas. Outra medida importante é caracterização da “paisagem  acústica” dos terrenos e entornos dos futuros empreendimentos, estudo que ajuda a definir quais as soluções para fachadas, vedações e medidas para atenuação dos ruídos locais. “Somente para o segmento econômico é que há uma demanda maior de inovações em relação ao desempenho de pisos relativos aos ruídos de impacto”.
No Brasil, ainda há um desconhecimento sobre como especificar desempenho e à respeito dos requisitos de acústica. Nesse momento inicial da exigibilidade da Norma de Desempenho, ainda há muitas dúvidas a respeito da quantificação e das soluções acústicas para alcançar as exigências. Será preciso um grande esforço da cadeia produtiva da construção no sentido de caracterizar produtos e sistemas. Será preciso, por exemplo, ensaiar não apenas o bloco de alvenaria, mas o sistema de parede, com todos os intervenientes, como janelas, portas e os demais componentes, a fim de obter o desempenho acústico real da tipologia adotada. Os projetistas terão de especificar com mais conhecimento e os fabricantes terão de adquirir a cultura do ensaio, a fim de definir níveis de desempenho de seus produtos e sistemas.
Atualmente, com a NBR 15575 profissionais de projeto estão, de fato, diante de uma questão inerente à sua atividade, avalia o presidente da ProAcústica, que é a responsabilidade técnica pelo que projetam e especificam. “As construtoras, por sua vez, responsáveis pela viabilização dos projetos, precisam garantir o desempenho do que executam. A cadeia de fornecedores também está em uma situação de pressão para atender às novas necessidades de mercado, principalmente os fabricantes de portas, janelas e blocos de alvenaria, que precisam desenvolver soluções e ensaiar seus produtos”, ressalta. E acrescenta que o setor de consultoria em acústica está sendo demandado para propor soluções. “No mínimo, uma consultoria de acústica deve estar contemplada nos empreendimentos para verificação  e classificação objetiva dos terrenos e verificação e adequação das vedações externas e internas”, afirma.
Comprovação por ensaios
Para Silvio Gava, diretor executivo Técnico e de Sustentabilidade da Evenalgumas construtoras estão preparadas e atentas às alterações necessárias. “As grandes construtoras estão engajadas e em pleno processo de atendimento e adaptação de seus projetos. Mas, num mercado pulverizado como o nosso o sucesso da norma dependerá, em grande parte, da fiscalização, para que as empresas sérias não arquem sozinhas com esse custo”, compara.
“Devem ser realizados inúmeros ensaios técnicos para que a adoção das alterações trazidas pela Norma de Desempenho seja assertiva. Questões importantes se destacam, como a análise dos materiais de vedação e caixilhos, que interferem significativamente na acústica. No entanto, escolhas como caixilhos com grandes dimensões, se mal estudadas, podem ajudar no quesito iluminação natural, mas prejudicar a acústica”.
Gava lembra que adequação da Norma de Desempenho remete ainda a estudos e ensaios técnicos de vários sistemas in loco, o que demanda tempo. “Na Even, estamos realizando testes há mais de um ano para compreender melhor o que devemos, ou não, adotar para cada tipo de produto imobiliário”, informa.
Para ele, tem havido inclusive necessidade de repensar os padrões construtivos e, também, treinar os profissionais envolvidos no projeto e construção dos empreendimentos. “É preciso entender o comportamento dos sistemas frente à Norma, inclusive com questionamento de itens pouco objetivos da NBR 15575”.
Sem os devidos ensaios, não se consegue definir adequadamente o desempenho de materiais e produtos que promovem o conforto acústico. E o resultado só será visto no final da obra. “Quanto aos materiais, nossa área de suprimentos  tem feito exigência de ensaios específicos. Vale lembrar que a Norma de Desempenho é lastreada e remete a muitas outras normas técnicas existentes. Portanto, muitos fabricantes já atendem a vários requisitos”, acrescenta Gava.
Outro ponto fundamental, lembra Gava, é que as unidades sofrem interferências do usuário, por vezes, não profissional, em termos de reformas e decoração. “Com isso, fica difícil garantir o desempenho e, portanto, essas intervenções devem ser pensadas com antecipação. Na Even, temos um padrão de atendimento que vai desde a entrada do cliente nos estandes de vendas, para compreender suas reais necessidades. Por isso, fornecemos serviços que reduzam os impactos no pós-venda, como adequações de acabamentos e layouts, e visitas antecipadas em unidades para medições, por exemplo”, afirma.
Segundo Gava, a variação de custos devido ao atendimento da NBR 15575 depende muito do estágio de desenvolvimento tecnológico em que a construtora está, podendo aumentar de 2% a 5%. “No caso da Even, pelo fato de termos a certificação ‘Empreendedor Aqua’, desde 2012, em todas as obras residenciais, a diferença de custo é muito menor do que para uma empresa que não adotou qualquer certificação ‘sistêmica’, em seus processos. Para Even, a questão da existência da norma nivelará melhor as empresas. A escala na régua subiu”, opina.
Norma sistêmica
Para Carlos Borges, presidente-executivo da Tarjab, e coordenador da primeira fase da Comissão de Estudos da Norma de Desempenho, as exigências de qualidade aumentaram. “Considero esse fato muito positivo para a sociedade e para o setor da construção civil. A publicação da Norma é um divisor de águas na produção de imóveis no país. Eu trabalhei durante muitos anos para que a Norma fosse publicada. Fui um dos coordenadores da Comissão de Estudos que elaborou o texto que depois virou norma”, conta.
Borges afirma que a Tarjab vem trabalhando há bastante tempo para o atendimento integral da Norma de Desempenho, inclusive em conjunto com outras empresas do setor. “Os destaques da norma são alguns itens que eram pouco considerados pelos projetistas, como desempenho acústico, térmico, lumínico, conforto tátil e antropodinâmico (adaptado às capacidades humanas). E especialmente a vida útil, que considero o item mais importante. A durabilidade dos edifícios é essencial para a boa utilização dos recursos públicos que financiam a maioria dos empreendimentos no Brasil, e também por questões sociais e ambientais”, acrescenta.
De acordo com Borges, a NBR 15575 é complexa e em muitas situações remete a quase 200 normas nacionais e internacionais já vigentes. O item mais comentado, que é o desempenho acústico, mostra a grande vantagem da norma, pois ela permite sempre uma aferição objetiva se a qualidade foi atendida ou não. Há muitos outros itens como estanqueidade, manutenibilidade, segurança contra incêndio, entre outros, que poderão apresentar não conformidades se não houver um cuidado por parte dos projetistas e construtores”, explica.
Já Alexandre Oliveira, membro do Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ) do Sinduscon-SP, diz que com a vigência da Norma de Desempenho, que trata de sistemas, há uma exigência de que os projetistas demonstrem claramente em seus projetos qual o desempenho esperado pelo sistema dentro de um todo. “Do ponto de vista do usuário ele deve ser informado sobre quais ações preventivas tomar para que tanto o desempenho quanto a vida útil sejam atingidas. Para que o desempenho definido seja atingido, as construtoras devem conhecer não somente os produtos e sistemas, mas a soma deles”, destaca. Portanto, diz Oliveira, a diferença é que anteriormente se podia atingir as exigências de qualidade nos diferentes produtos que compõem a construção, mas não um desempenho total satisfatório, principalmente os que afetam o cliente final, que tratam de conforto, como é o caso da acústica.
Ele lembra que além dos investimentos da indústria da construção civil na qualidade dos projetos, sistemas construtivos e tecnologia, há a necessidade dos usuários, proprietários e gestores se conscientizarem do papel fundamental que exercem sobre o desempenho das edificações. “A manutenção periódica e planejada, que é de responsabilidade dos proprietários, usuários, síndicos e gestores, além de mais barata que o reparo, evita outros tipos de problemas, como a responsabilidade criminal e civil, de acordo com a NBR 5674 - Manutenção de Edificações”, adverte.


Fonte: http://www.proacustica.org.br/index.php?id=585

Mesmos Espaços, Novos Usos

TERMINAL RODOVIÁRIO/LONDRINA/1952/VILANOVA ARTIGAS

O arquiteto João Batista Vilanova Artigas é o dono de obras marcantes na arquitetura brasileira, e entre elas se destaca o primeiro terminal rodoviário da cidade de Londrina/Paraná. A obra foi um marco na arquitetura moderna e hoje é patrimônio histórico da cidade.

Terminal Rodoviário de Londrina - Anos 50
Sua arquitetura chama atenção pelo conjunto de sete cascas de concreto armado em forma de abóbada, sendo a última seção apoiada em pilares inclinados. Apesar de simples e formal, a obra se identifica com o local em que está inserida e serve como referência para a cidade.
Corte e Planta - Terminal Rodoviário de Londrina

A obra do Artigas passou por diversas fases desde a sua inauguração: ocupação, saturação, abandono e reabilitação para outro uso. Com o passar dos anos a demanda do transporte rodoviário aumentou e a edificação se tornou insuficiente para atender o intenso movimento. Não encontraram outra solução a não ser a escolha de um novo terminal rodoviário para a cidade.
Os motivos que justificaram tal decisão foram: o impacto que uma ampliação causaria no patrimônio, a falta de espaço no centro urbano e o fato de o trânsito local ter ficado saturado.
Com a saída do terminal o bem foi tombado, em 1975, e começou a ser ponto para feiras de arte que acabaram por deteriorar o prédio. Em 1993 a obra foi restaurada e adaptada como Museu de Arte de Londrina.
 Obra e novo uso - Museu de Arte

Escultura em Papel - Museu de Arte de Londrina

Enfim, tudo se transforma e mudanças são bem vindas quando preciso for.

Referências: