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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Orla luso-brasileira


pedras portuguesas, novo livro do fotógrafo bruno veiga, reúne imagens aéreas do calçadão de copacabana, idealizado por burle marx no anos

bruno veiga | pedras portuguesas
bruno veiga | pedras portuguesas

Além das semelhanças geográficas, existe uma similaridade peculiar entre boa parte das orlas das praias brasileiras. Quase uma unanimidade, os calçadões nacionais são forrados por pedras portuguesas – de formato irregular, geralmente de calcário branco e preto. A orla mais famosa do Brasil, a Avenida Atlântica, em Copacabana, não foge desta afirmativa. Concebida como conhecemos hoje pelo paisagista Roberto Burle Marx nos anos 1970, a calçada, com suas famosas ondulações, é a protagonista da publicação Pedras Portuguesas, do fotógrafo carioca Bruno Veiga.

bruno veiga | pedras portuguesas

Lançado no último dia 18, na Galeria da Gávea, no Rio, o livro reúne 150 fotografias inéditas, produzidas ao longo de 2013, e um texto da curadora Daniela Name. Para realizar as imagens, todas aéreas, Veiga subiu em pontos estratégicos e residências da avenida carioca. Distante da tendência encontrada na imagem panorâmica, que aponta a lente para o horizonte, o fotógrafo neste caso mirou o célebre chão – que apesar de ser um ícone do imaginário brasileiro, raramente é o tema central de trabalhos artísticos.
pedras portuguesas, novo livro do fotógrafo bruno veiga, reúne imagens aéreas do calçadão de copacabana, idealizado por burle marx no anos 1970

bruno veiga | pedras portuguesas

bruno veiga | pedras portuguesas

Ultrapassando a fronteira do mero registro documental, Veiga criou imagens minimalistas, que valorizam características relevantes da obra do paisagista – como a conjugação de artes plásticas, geometria e botânica. Com seu trabalho, o fotógrafo salienta que o calçadão de Copacabana não é apenas uma pavimentação da via pública, mas uma intervenção com grande valor para o patrimônio cultural e urbano contemporâneo.

bruno veiga | pedras portuguesas

bruno veiga | pedras portuguesas

pedras portuguesas, novo livro do fotógrafo bruno veiga, reúne imagens aéreas do calçadão de copacabana, idealizado por burle marx no anos 1970

sob os pés 
Após desenvolver uma carreira como fotojornalista, Bruno Veiga começou a se dedicar ao trabalho artístico. Seu estudo sobre pedras portuguesas se tornou uma tema frequente em sua obra e, em 2007, o fotógrafo publicou seu primeiro livro sobre o assunto. Batizada de O Rio em que piso, a publicação foi dedicada ao registro de calçadas da capital carioca.  

brunoveiga.net

Fonte: http://www.bamboonet.com.br/posts/pedras-portuguesas-novo-livro-do-fotografo-bruno-veiga-reune-imagens-aereas-do-calcadao-de-copacabana-idealizado-por-burle-marx-no-anos-1970

Instituto oferece incentivos à pesquisa e 
inovação em urbanismo sustentável
O Instituto deve ajudar a desenvolver projetos urbanísticos sustentáveis.

O Instituto deve ajudar a desenvolver projetos urbanísticos sustentáveis.
A Lote 5, empresa de desenvolvimento urbano, anunciou a criação do IPIU – Instituto de Pesquisa e Inovação em Urbanismo. A iniciativa foi criada com o intuito de incentivar o estudo, desenvolvimento, pesquisa e aplicação de tecnologias inovadoras e sustentáveis em urbanização.
O Instituto é uma organização sem fins lucrativos, mantida pela Lote 5, com base em três pilares todos voltados para o Urbanismo: Sustentabilidade (Ambiental, Social e Econômica), Inovação e Capacitação. "Projetos inovadores e a rede de relacionamento com universidades e centros de excelência ao redor do mundo são o foco de nossa atuação, que prevê a concessão de bolsas de estudo para recém-formados que queiram realizar um mestrado ou pós-graduação em Urbanismo no Exterior, mas não têm os recursos necessários", informa Beto Horst, presidente do IPIU e sócio fundador da Lote 5.
Juntos, Beto Horst, Arthur Matarazzo Braga, Asterio Safatle, Fernando Albuquerque e Ricardo Setton tinham o sonho de dar uma grande contribuição ao desenvolvimento de pessoas e de projetos urbanísticos sustentáveis, o que já faz parte do DNA de seus loteamentos. "Vamos direcionar recursos para financiar o trabalho de pesquisadores nacionais e internacionais remotos dedicados a pesquisar e desenvolver novas soluções produzindo conhecimento e adaptando-o para a realidade brasileira", acrescenta Horst.
A outra importante atribuição do Instituto - a concessão de bolsas de estudos - já se encontra na fase de seleção de candidatos. "Vamos ajudá-los a realizar esse objetivo. A única exigência é que eles tenham, além de um ótimo currículo, muita vontade de se aprimorar e uma visão voltada para o bem comum, enfim, em total sintonia com os valores do Instituto e de seus mantenedores", diz o presidente do Instituto.
Um diferencial do IPIU será a aplicação dos projetos sustentáveis primeiramente nos empreendimentos da Lote 5, distribuídos em vários municípios como Itu, Joinville, Cosmópolis, Piracicaba, Campinas, Jarinu e Vespasiano, para a comprovação de resultados. "Apenas depois de testados, eles serão disponibilizados para outras empresas de loteamento e construção, arquitetos, urbanistas, representantes do poder público e da sociedade como um todo, enfim, a todos os interessados na construção de um urbanismo moderno e humanístico", explica Carolina Coroa, responsável pela gestão do IPIU.
Segundo os idealizadores, a soma de iniciativas aplicáveis, algumas delas aparentemente simples, pode fazer grande diferença no dia-a-dia das pessoas como  uso e economia de recursos hídricos e energéticos (a falta de água em São Paulo é um problema crítico que requer ações emergenciais), mobilidade, limpeza, arborização, acessibilidade, equipamentos urbanos e outros.
"Sustentabilidade não é um conceito vago ou uma ferramenta de marketing. É um conjunto de ações viáveis e práticas voltadas para a qualidade de vida. O IPIU nasce com um desafio grandioso que é o de identificar, gerar e aprimorar todo o conhecimento na área para a adoção de um planejamento urbanístico sólido e eficaz nos empreendimentos e nas cidades", conclui Horst.
Nesta linha de atuação, serão realizadas palestras, seminários e demais ações que promovam o diálogo urbano entre todas as partes interessadas. Num breve futuro, contribuições externas de outros apoiadores e os próprios projetos tornarão o Instituto autossustentável.
O IPIU será lançado oficialmente no dia dois de dezembro, mas já está aberto a receber sugestões, projetos, parcerias e novas tecnologias.


Escola das Cidades lança site do centenário de Vilanova Artigas

Evento dia 27/1, em São Paulo, inclui concurso para selo oficial em homenagem ao arquiteto

A Escola da Cidade, de São Paulo, lança na quinta-feira, dia 27/11/14,  o site oficial do arquiteto Vilanova Artigas, que completaria 100 anos em 23 de junho 2015. O evento.  marca o início das celebrações do nascimento de um dos maiores arquitetos do país, que contará com diferentes atividades.
Ao longo de 2015, o site (http://www.vilanovaartigas.com.br) ficará cada vez mais completo e vai abrigar todas as informações dos outros eventos programados para o 100 anos de Vilanova Artigas. O projeto do centenário engloba o documentário sobre a vida e a obra do arquiteto, o livro com seus principais projetos e a inauguração de exposição promovida pelo Itaú Cultural.
O site oficial tem como objetivo ser a grande fonte de pesquisa para estudantes universitários, pesquisadores e curiosos sobre a obra de Artigas. A página também vai concentrar todas as novidades do projeto “Artigas 100 anos”. O projeto foi viabilizado pelo Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo, por meio de edital público de apoio a projetos culturais, promovido pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-SP).
A partir de uma linha do tempo, o internauta acessa as informações conforme seu interesse: obras, fatos históricos, vida e obra do arquiteto por século, década ou ano específico.
O Centenário de Vilanova Artigas é apresentado pelo Itaú Unibanco e conta com o apoio da Docol e a colaboração da JHSF.

Selo oficial do Centenário de Vilanova Artigas 
http://www.archdaily.com.br/br/623424/projeto-artigas-100-anos-em-comemoracao-ao-centenario-do-arquiteto

Nesta mesma data será lançado ainda o Concurso Nacional do Selo do Centenário Vilanova Artigas, desenvolvido pela Escola da Cidade em conjunto com a comissão organizadora do centenário, e colaboração dos designers Celso Longo e Daniel Trench.
O concurso tem como objetivo selecionar a ideia mais original para selo/logotipo que irá figurar nos mais diversos produtos que a comissão organizadora do centenário julgar apropriados para receber esta chancela comemorativa.

VILANOVA ARTIGAS
O arquiteto João Batista Vilanova Artigas nasceu em Curitiba (PR), em 23 de junho de 1915. Mudou-se para São Paulo e formou-se arquiteto na Escola Politécnica da USP, em 1937.
Foi fundador da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, em 1948, na qual liderou, mais tarde em 1962, um movimento para a reforma de ensino que influenciou outras faculdades de arquitetura no Brasil inteiro. Foi militante dos movimentos populares e, por isso, perseguido pela ditadura militar, tendo sido cassado em 1969, juntamente com outros professores das universidades brasileiras, por força do AI-5.
Sua obra foi duas vezes premiada internacionalmente (Prêmio Jean Tschumi – 1972 e Prêmio Auguste Perret – 1985, este póstumo). A arquitetura que produziu foi reconhecida, por alguns críticos, como uma verdadeira “escola”, a chamada “Escola Paulista”. Dentre os 500 projetos que produziu durante sua carreira, destacam-se: Edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo; Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães Prado, em Guarulhos; Passarelas Urbanas; escolas públicas; Estádio do Morumbi; clubes; sindicatos; edifícios de apartamentos e casas.
Serviço:
Lançamento do site oficial e Concurso do Selo Vilanova Artigas
  • Data: 27 de novembro de 2014 (quinta-feira)
  • Horário: 19h30
  • Local: Escola da Cidade (Rua General Jardim, 65)
  • Mais informações, clique aqui
Gratuito e aberto ao público
Via Escola da Cidade  
Fonte: http://www.caubr.gov.br/?p=35177

quarta-feira, 12 de novembro de 2014


   Robert Cervero 
                                                                                                                                                  Conte algo que não sei.
O Globo - Renan França
Ao longo das próximas décadas, cerca de 90% do crescimento da população urbana mundial ocorrerão no Hemisfério Sul. Se os países em desenvolvimento, como o Brasil, prosseguirem na mesma trajetória da década passada, haverá um impacto profundo na mobilidade urbana.
Quais medidas deveriam ser adotadas para reduzir os engarrafamentos?
Precisa-se taxar o uso de carros para tirar os veículos das ruas. Em Londres, por exemplo, cobra-se pedágio de quem quer entrar no Centro da cidade, e ele se torna gradativamente mais caro ao longo do dia: quanto mais carros entram no Centro, mais caro fica o pedágio.
Como a tecnologia pode ajudar nesse processo?
Aplicativos de carona são uma ótima alternativa. Na Califórnia, antes de pegar o próprio carro, os americanos acessam o celular para saber se há algum motorista disponível indo para o mesmo destino. Caso haja compatibilidade, os dois dividem os custos. Todo mundo sai ganhando.
O senhor acha mais difícil solucionar os problemas relativos ao trânsito em países subdesenvolvidos?
Há várias regiões no mundo que não aceitam o governo restringir o uso do automóvel. Em países em desenvolvimento esse pensamento é ainda mais forte. Muitas vezes, cidadãos trabalham duro para realizar o sonho de comprar um carro e ir ao trabalho no próprio veículo. Quando conseguem, eles não querem que ninguém interfira. Ter um carro significa ascender socialmente.
Como mudar o pensamento das pessoas se os anúncios ainda vendem a ideia de que carros são símbolos de status?
O carro foi uma boa invenção, mas precisamos usá-lo menos. A mudança de pensamento virá com o tempo. Se você pode desfrutar de um bom mecanismo de transporte público, verá que vale mais a pena investir o dinheiro de um carro em outras coisas. Mas ter um carro continua sendo útil. O problema do trânsito não é o carro, mas o uso excessivo que fazemos dele.
O senhor tem carro?
Tenho. Mas sou adepto do transporte público e do uso compartilhado de bicicletas. Preciso dar o exemplo aos meus alunos (risos).
As gerações mais novas estão mais comprometidas com o futuro?
Sim. Nos Estados Unidos e na Europa as pessoas que hoje têm entre 18 e 30 anos já não ambicionam, como os mais velhos, ter um veículo. Ao contrário, a maioria é a favor do pedágio para quem usa carro em horários de pico e apoia a economia do compartilhamento. Daí o sucesso de iniciativas como o aplicativo de caronas, o Uber. O dinheiro que deixam de investir em um automóvel é repassado para a compra de um novo celular ou para fazer uma viagem.
Qual cidade soube solucionar o problema da mobilidade urbana?
Eu diria que Copenhague, capital da Dinamarca. A cidade tem cerca de 400 quilômetros de ciclovias, e semáforos especiais adaptados ao ritmo da circulação ciclista. Cerca de 50% de todos os habitantes deslocam-se diariamente de bicicleta para trabalhar ou estudar.
Como avalia a mobilidade urbana no Rio?
O Rio está melhorando. A construção dos corredores de BRT foi uma medida acertada, mas precisa haver mais investimento em metrô e trens para que um grupo maior de pessoas possa utilizar o transporte público. O cidadão só deixa de usar o carro quando ele nota que o transporte público tem custo-benefício maior.
Robert Cervero, doutor em planejamento urbano. Diretor do Instituto de Desen


Livro - Densidade Urbana

Livro - Densidade Urbana - Um instrumento de planejamento e gestão urbana

Claudio Acioly & Forbes Davidson


Prefácio

Ao reorganizar o Programa de Auxílio para a Cooperação ao Desenvolvimento, em 1995, o governo sueco decidiu criar um novo departamento para lidar especificamente com a questão do desenvolvimento urbano. Essa mudança acabou reforçando a importância das cidades no seio da política sueca para o desenvolvimento internacional, enfatizando o seu papel como centro dinâmico de crescimento e ao mesmo tempo como foco de um esforço humano coletivo para o desenvolvimento.

O presente trabalho é uma tradução ampliada do texto editado na série “Building Issues” que integrou a contribuição sueca à Segunda Conferência das Nações Unidas sobre os Assentamentos Humanos, Habitat II, realizada em Istambul em 1996.

O objetivo principal desse trabalho é destacar problemas atuais no seio das operações e atividades levadas a cabo pela SIDA (Agência de Desenvolvimento e Cooperação Internacional Sueca) nos países em desenvolvimento. Espera-se que essas experiências sirvam como recomendações e diretrizes dentro de cada matéria específica e propiciem informação e conhecimentos úteis àqueles que lidam com a problemática urbana em países em desenvolvimento.

1- Introdução

Ainda hoje os urbanistas e planejadores urbanos defrontam-se com um dilema fundamental sobre o tamanho, a forma e o padrão de crescimento que as cidades devem assumir no séc. 21. De um lado encontramos as cidades compactas, densamente ocupadas e verticalizadas.
Do outro as cidades amenas, “verdes”, tranqüilas e menos densas.

Quaisquer umas das duas trazem consigo uma série de impactos ao meio ambiente urbano, e na qualidade, intensidade e singularidade da vida e convívios urbanos. O debate ocorrido durante a conferência Habitat II conclui e alertou que nossas cidades não poderão crescer linearmente e indefinidamente sobre o seu entorno natural, sem colocar em risco os recursos naturais essenciais a sua própria existência e sustentabilidade. O desenvolvimento sustentável e duradouro necessariamente exigirá uma reformulação de nossa visão de cidade e de nossos padrões de urbanidade.

O Problema
A densidade do desenvolvimento urbano é um assunto controverso e muitas vezes confuso. Decisões tomadas nessa área podem ter um impacto significativo na saúde, meio ambiente, na produtividade das cidades e no processo de desenvolvimento humano como um todo.

Devido a tudo isso, a sustentabilidade e durabilidade do desenvolvimento dos assentamentos humanos dependem em parte de como planejadores urbanos, arquitetos, projetistas de cidades, gerentes urbanos e agentes decisórios percebem e decidem sobre os benefícios intrínsecos e as desvantagens existentes em meios ambientes urbanos densamente ocupados.

O Objetivo

Os objetivos desse estudo são:
· Esclarecer as decisões interconectadas com a densidade urbana;
· Rever experiências e estudos de casos onde a densidade assume uma importância particular no processo de desenvolvimento urbano;
· Identificar as variáveis mais importantes que ligam a densidade à performance urbana;
· Oferecer uma gama de pontos de referência, ferramentas e diretrizes que possam auxiliar nas decisões sobre densidade urbana, particularmente para assentamentos de baixa renda;

O estudo reconhece que percepção sobre densidade varia imensamente de um país para outro e mesmo entre cidades de um mesmo país.

O Método
A análise de mais de 12 casos, alguns dos quais estão resumidos na forma de quadros, ajudou a criar uma base para comparações.Esse exercício foi complementado por uma análise da literatura existente. Os autores optam por oferecer diretrizes, referências, um “checklist” e recomendações para tomada de decisões, ao invés de soluções prontas e valores de densidade ideais.

Organização e Estrutura do Estudo

O capítulo 1 descreve o problema e os objetivos do trabalho. O capítulo 2 trata da conceitualização da densidade, como ela é compreendida e as principais implicações e impactos ao nível do lote , bairro, saúde e produtividade urbana. O capítulo 3 enfoca os processos de planejamento e desenho urbano em relação à densidade.

O capítulo 4 trata dos aspectos legais e de gestão da densidade urbana, e sublinha como regulamentações e aplicações da lei possuem um papel potencial importante nos sistemas de gestão urbana. Analisa-se a habilidade e vontade políticas dos principais agentes urbanos públicos e privados em reforçar a aplicação das regulamentações e Standards ligados à densidade.

O estudo de caso e experiências com densidade são apresentados sob a forma de “boxes” ou quadros. Eles são utilizados como referências que refletem determinadas abordagens ou aspectos tratados ao longo do trabalho.


Considerações Gerais
Mesmo dentro de um mesmo país, grupos sociais diferentes irão perceber a questão da densidade diferentemente. O que as pessoas sentem ou vêem depende muito de suas próprias origens sociais, econômicas e étnicas, e, até certo ponto, da configuração, forma e uso da construção e do espaço urbano.

A densidade é um dos mais importantes indicadores e parâmetros de desenho urbano, expressa em habitantes por uma unidade de terra. A densidade serve como um instrumento de apoio à formulação e tomada de decisões por parte dos planejadores.

Especialistas em habitação tem assumido que, quanto maior a densidade, melhor será a utilização e maximização da infra-estrutura e solo urbano. Entretanto, devemos ser cautelosos, pois assentamentos humanos de alta densidade podem também sobrecarregar e mesmo causar uma saturação das redes de infra estrutura e serviços urbanos e um meio ambiente superpopuloso e inadequado ao desenvolvimento humano.

O tamanho do lote, o total de sua área que pode ser ocupada e a altura da sua construção a ser erguida em relação ao total da área a ser construída, revelam as dimensões mais visíveis da densidade. Isso é determinado durante a fase de desenho do projeto e que pode ser reforçado e controlado no planejamento. Entretanto, isto não significa uma garantia de que o planejado será executado como tal.

Muito estreitamente ligado a densidade está o conceito de superocupação (“crowding”) ou superaglomeração que implica dizer que uma quantidade excessiva de pessoas vive, trabalha ou ocupa um determinado bairro, lote, residência ou quarto. Os estudos recentes revelam uma forte correlação entre altas densidades populacionais e a precária situação de saúde dos habitantes sujeitos à situação de “crowding”.

Existem muitos fatores influenciando a densidade. Com alguns podemos lidar diretamente, com outros, indiretamente e com outros ainda, muito pouco ou quase nada. A situação mais comum em que a densidade deve ser considerada é quando um novo empreendimento (assentamento ou loteamento, uma expansão ou renovação urbano), está sendo planejado. A decisão poderá ser direta quando a responsabilidade pela implementação é do governo e indireta quando promovido pelo setor privado. Isso se concretizará através de regulamentação e negociação.

A Densidade Urbana na Cidade de Bissau, Guiné-Bissau

O centro urbano planejado e muitas vazes denominado de centro colonial, é geralmente bem servido de infra-estrutura e serviços urbanos. Ao seu redor, entretanto, desenvolveu-se um processo urbanização predominantemente informal. Esse fenômeno está diretamente ligado a dois fatos: a desestruturação institucional e política do setor Habitacional e a total falta de uma legislação básica capaz de fomentar a atividade do mercado imobiliário formal e estimular a produção de espaço residencial e a fragilidade das estruturas e instituições públicas responsáveis pela gestão e planejamento urbano.

A densidade populacional varia entre 204 e 400 habitantes/ha e a densidade habitacional de 14 a 18 casas/há, variando entre 10 e 22 habitantes por casa. Pode-se classificar essa densidade como “crowding”.As densidades urbanas estão alcançando limites alarmantes e colocando em risco a saúde física e mental da população.

A Densidade Urbana em Hong Kong

Hong Kong passa por uma situação em que detém a maior a densidade urbana do mundo. Em 10% da área total do seu território vive 80% da população, chegando em alguns conjuntos residenciais a alcançar 5858 hab/ha. Isso se justifica por uma intensa ocupação do solo, pela tipologia da habitação multifamiliar, por altas taxas de ocupação de solo e por prédios residenciais que variam de 20 a 30 pavimentos de altura, esse último surgiu de uma política governamental em 1954, baseada no princípio da economia na utilização da terra urbana disponível, considerada como um recurso limitado.

Em 1988, o governo lançou um plano estratégico a fim de baixar a densidade populacional no território. Para 2011, a meta é que a densidade bruta baixe até 460 hab/ha. e nas áreas de alta densidade residencial diminua até 1900 habitantes/ha., o que significa uma diminuição de ocupação do lote. Contra essa descentralização manifesta-se o grupo econômico e o ambiental, afinal as áreas que capacitam Hong Kong de produzir sua própria alimentação pode ser destruída.

Fatores que influenciam a densidade urbana:

· Disponibilidade de solo urbano;
· Layout do assentamento e equilíbrio entre público e privado;
· Tipologia habitacional;
· Tamanho e forma dos edifícios;
· Legislação de planejamento;
· Tamanho e dimensão do lote;
· Standards das ruas, infra-estrutura e transporte,
· Tamanho da família.

Quando se opta pelo reassentamento em áreas fora do assentamento, como é o caso de uma reestruturação urbana em bairros de assentamento informal em que há o terreno ou solo urbano disponível para ocupação não é suficiente, devemos ser cautelosos para que não tenha sérias implicações sociais e econômicas para a população, apesar de poder aliviar a densidade populacional e a densidade construída.

Dependendo da localização do assentamento em relação aos centros e locais de serviços e empregos, o valor da terra tenderá a estimular aumentos na taxa de ocupação e até mesmo mudanças nas regulamentações que regem a densidade.

Em várias cidades do mundo as áreas centrais são caracterizadas por uma alta densidade populacional por ter uma concentração de emprego e de atividades relacionadas ao setor terciário, o que demanda grandes somas de investimentos em infra-estrutura, enquanto que subúrbio periférico tem uma densidade baixa durante o expediente de trabalho e as áreas centrais permanecem subutilizadas após o fim do expediente de trabalho. Essa população flutuante tem que fazer longos deslocamentos casa-trabalho-casa, enfrentar engarrafamentos de trânsito, o alto consumo de energia e combustível. Essas questões irão determinar o grau de sustentabilidade do meio ambiente urbano.

A ausência de uma gestão urbana faz com que em locais com alta acessibilidade, serviços urbanos e altos níveis de infra-estrutura tenham uma densidade alta, o que também irá aumentar o custo da terra. Se não há alternativas de mercado ou soluções induzidas pelo governo à tendência é ter o aumento da densidade por mecanismos informais, como a verticalização ou expansão horizontal da construção ou aumento da taxa de ocupação dos prédios. Os governos locais podem intervir nesse fenômeno, estimulando, ao assumir um papel de facilitador e de agente monitor do mercado imobiliário, para isso deverão ter estudos sobre os potenciais de densificação e os impactos nas atividades e uso do solo, assim como dispor de um quadro de informações urbanas atualizado para poder subsidiar decisões que virão a aceitar alterações das taxas e índices de ocupação dos terrenos e das edificações.

Transporte, Densidade e Uso do Solo em Curitiba
O plano diretor de 66 tinha duas preocupações, o centro da cidade, descongestionar, revitalizar e preservá-lo e alterar o modelo de crescimento e urbanização da cidade, de um padrão radioconcêntrico para u linear, criando um eixo Norte-sul.

A estratégia era criar novos centros comerciais fora do centro, conectá-los com as áreas residenciais de alta densidade através do transporte público. A T.O. e o C.A. diminuem à medida que a distancia para os eixos de transporte aumenta.

A cidade ficou organizada num eixo trinário, contendo o eixo principal de transporte publico e duas vias de circulação com trafego em direções opostas a um quarteirão de distancia para cada lado do eixo principal. A circulação central é exclusivamente para o transporte público.

Com os prédios de valor arquitetônico e cultural ocorreu uma desapropriação branca onde a prefeitura oferecia outro terreno em troca desse numa área de maior interesse à obra em relação do planejamento da cidade, dando funções de interesse publico e cultural aos prédios adquiridos e por outro lado densificando outras áreas da cidade através de uma parceria pública-privada.

Um indicador importante da eficiência do uso do solo é aquele que informa a relação proporcional entre o espaço publico e privado utilizados/ocupados, a qual é comumente incluída na legislação de planejamento. As recomendações e sugestões incluídas na legislação geralmente tratam especificamente do aumento dos custos da infra-estrutura e manutenção em relação às alterações deste indicador e à densidade urbana resultante.

As baixas densidades requerem longas redes de infra-estrutura para poucos consumidores e, portanto, altos custos per capta na instalação e operação. Isso ocorre tanto em assentamentos de baixa renda onde impera a ocupação dispersa baseada em grandes lotes e habitações individuais, como em bairros de media e alta renda, mesmo quando planejados. No outro extremo encontra-se a congestão e a saturação das redes de infra-estrutura, gerando uma ineficiência urbana.

A baixa densidade permite a utilização de soluções localizadas de abastecimento de água e saneamento básico, oferecendo flexibilidade técnica e bases financeiras adequadas para um processo gradual de melhoria do sistema ao longo do tempo.

Em termos de saúde publica, baixas densidades facilitam o uso de sistemas de esgotamento ‘in loco’ sem grandes impactos ambientais e poluição, alem de reduz os riscos epidêmicos.

Em geral o fenômeno do crowding é diretamente ligado ao bem estar social, onde as variantes são inversamente proporcionais.


Densidade e o Custo da Rede de Esgoto em Natal

A solução mais barata encontrada, e de melhor funcionamento é a implantação nesses bairros mais pobres da rede de esgoto condominial.

Densidades, acessibilidade, transporte e proteção contra incêndios
Os assentamentos informais com alta densidade de ocupação registram incêndios, perda de propriedade e até de vidas humanas. Isto é causado pela combinação da densidade de ocupação do solo com os materiais de construção, as dimensões das ruas e espaços públicos e o comportamento dos agentes que interagem nesses locais.

O número de viagens por pessoa por automóvel individual/privado diminui a medida que as cidades e bairros tornam-se mais densos, o que permite economia no consumo de combustível e redução do impacto ambiental da urbanização.


Densidade e implicações sociais
Socialmente falando, baixas densidades de ocupação estão comumente associadas à alta renda dos habitantes, enquanto altas densidades estão geralmente associadas à baixa renda.

Os impactos da densidade urbana são influenciados pela qualidade do desenho urbano e pelo modo com que os moradores e usuários se comportam entre si em relação ao próprio ambiente urbano constituído. Novos empreendimentos e projetos de renovação e expansão urbana de baixas densidades foram realizados como uma reação às superlotação e congestionamento das áreas centrais e consolidadas da cidade (cidades – jardins).

Preocupações com relação à segurança e integridade física dos moradores tendem a fomentar a criação de ambientes urbanos com altas densidades. Distorções sociais e desigualdades econômicas estão de certa forma influenciando a estruturação do espaço urbano de muitas cidades e criando novos padrões de densidade e ocupação do solo.

Densidade, ambiente urbano e sustentabilidade do desenvolvimento urbano
Ambientes muito densos com pouco espaço livre e áreas verdes podem levar à fuga ou maior mobilidade da população residente. Entretanto, os assentamentos de baixa densidade, inspirados no modelo das cidades-jardins, consomem enormes glebas de terra para um número relativamente pequeno de habitantes, embora possam produzir ambientes bucólicos, como é o caso de Brasília onde nas áreas residenciais de alta renda os custos da urbanização são conseqüentemente altos e, em termos de gestão urbana, tais padrões de densidade e desenho urbano colocam-se como um dilema para performance da cidade e da sustentabilidade econômica desse modelo de urbanização.

O que está em questão é a possível degradação do meio ambiente urbano causada pelo processo de expansão urbana descontrolado. A “cidade sustentável” terá que surgir de uma prática do planejamento e gestão do meio ambiente urbano que leva em conta os aspectos ligados ao bem estar social dos habitantes e aos aspectos econômicos e financeiros intrínsecos as morfologias e tipologias das cidades. Isso implica flexibilização dos instrumentos de gestão e política urbana e implantação de um processo de planejamento dinâmico e alerta.


Postado por Juliana Tedaldi

terça-feira, 11 de novembro de 2014

A relação entre a largura das ruas e a felicidade dos pedestres
© Departamento de Planejamento de Toronto      © Departamento de Planejamento de Toronto
O arquiteto canadense Brandon Donelly realizou um exercício para mostrar os fatores que determinam se um espaço público está ou não cumprindo sua função de acordo com o projeto original.
Para ilustrar isso, tomou como exemplo o conceito aplicado em Toronto sobre o direito de via pública – o espaço que existe entre os edifícios em calçadas opostas – e o relacionou com as diferentes sensações sentidas pelos pedestres em função da altura dos edifícios enquanto caminham pelas ruas.
A imagem acima, elaborada pelo Departamento de Planejamento de Toronto, foi tomada por Donelly do “Estudo das Avenidas e Edifícios de Altura Média”, também realizado em Toronto por Brook McIlroy Planning + Urban Design/Pace Architects em colaboração com E.R.A. Architects, Quadrangle Architects Limited y Urban Marketing Collaborative.
Nela se observa a sigla ROW, que representa o direito de via pública de uma rua média da cidade canadense e que, nesse caso, considera a largura das calçadas e das caixas de rolagem para os automóveis e para os bondes – dimensões que podem variar em outros países.
A partir da imagem, Donelly sustenta em um artigo que o direito de via pública tem uma função pública importante e que seu tamanho tem implicações no desenho urbano, assim, “como pedestres, é diferente caminhar por uma rua larga ou por uma rua estreita.”
Essa afirmação está diretamente relacionada à altura que devem ter os edifícios construídos ao longo de uma rua. Assim, o ideal é que a proporção seja de 1:1, tal como se observa na primeira imagem, e que nessas ruas não circulem muitos automóveis.
Tomando essa ideia, Donelly usou outro mapa, também elaborado pelo Departamento de Planejamento de Toronto.
1413789120_mapa_toronto_brandon_donelly     © Departamento de Planejamento de Toronto
Nesse mapa, as linhas amarelas correspondem às ruas que têm 20 metros de largura, as linhas vermelhas àquelas que têm 36 metros de largura, e as roxas às de 45 metros ou mais, que são, em geral, rodovias. O restante das cores representam ruas com largura entre 23 e 33 metros.
Deste modo, temos que as ruas representadas em amarelo, isto é, as mais estreitas, correspondem àquelas por onde é mais agradável caminhar e que se encontram, sobretudo, no centro. Por fim, as linhas vermelhas e roxas, isto é, as mais largas, são aquelas menos agradáveis de percorrer e que privilegiam os automóveis, como ocorre nas rodovias.
Mais informações em Avenue and Mid-Rise Buildings Study.
Via Plataforma Ubana. Tradução Romullo Baratto, ArchDaily Brasil.
 
Fonte:Constanza Martínez Gaete. "A relação entre a largura das ruas e a felicidade dos pedestres" 09 Nov 2014.ArchDaily Brasil. Acessado 9 Nov 2014. http://www.archdaily.com.br/br/756855/a-relacao-entre-a-largura-das-ruas-e-a-felicidade-dos-pedestres

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

WIKILEAKS, INTERNET E LIBERDADE DE EXPRESSÃO


Por Lane Reis




A política internacional nestas três últimas semanas está fervendo, pois a ONG Wikileaks fundada porJulien  Assange tornou pública mais de 250 mil documentos secretos do governo americano, sendo tal fato largamente divulgado pela imprensa do mundo inteiro, dando notoriedade a Assange e lhe atribuindo status de herói mundial. Um novo Robin Hood de Sherwood

Wikileaks é especializada em revelar documentos confidenciais de empresas e governos.Entretanto, o que chama atenção não é a divulgação de informações, mas sim um certo ar de "concupiscência", ou seja, um "desejo libidinoso" da imprensa mundial pelas fofocas dos bastidores da políticas internacional, especialmente, no que diz respeito a diplomacia norte-americana.

O trabalho da Wikileaks   vem também colocando em discussão a questão da liberdade de expressão especialmente no tocante a  participação da Internet que neste cenário vem servindo como um canal de informação em razão do fato da liberdade que este instrumento proporciona uma vez que não está totalmente subserviente aos interesses do capital e escapa ao seu controle. Explico. Durante o século XIX, os Estados acabaram cedendo sua autonomia  ao poder econômico e tiveram que exercer a função de controlar o fluxo principal de informação pública, isto  ainda na época da  Revolução Industrial,  que se caracterizou pela produção em massa de bens que sustentava estes Estados e o poder econômico passou a controlar  a sociedade em todos os seus aspectos e por conseqüência a imprensa acabou se tornando algo bastante caro, pois dependia do financiamento e de anúncios e não somente de leitores.


Ou seja, a mídia nada mais faz do que abrigar as contradições que são "aceitáveis" na sociedade capitalista, isto do ponto de vista econômico ao passo que repudiava ou controlava as "inconveniências" que ameaçavam os interesses  da classe dominante. Mas, com o advento da tecnologia eletrônica, isto começou a mudar, especialmente por causa da Internet, porém não se pode atribuir somente a ela tal mudança, isto do ponto de vista sociológico

A verdade, é que a concentração de poder econômico acabou impondo um discurso único e incapaz de atender as diversidades de povos e culturas. De um certo ponto de vista acredito que estamos "voltando" a uma época em que  somente com prensa e do papel podíamos voltar a afirmar qualquer tipo de coisa mesmo que as suas conseqüências fossem imediatas.

Entretanto, o maior problema desta liberdade está em relação ao compromisso ético com as informações divulgadas uma vez que boa parte dos especialistas em políticas internacionais que li ao longo destas semanas afirmavam que os documentos  sistematicamente distribuídos entre as grandes empresas de comunicação podem provocar efeitos devastadores sobre a política internacional, o  que poderia acabar resultando na renúncia de alguns líderes políticos ou  em divergência diplomáticas entre os países... mas nenhuma destas coisas vem realmente acontecendo.

Ao ver estas notícias sobre a Wikileaks., Assange, Internet e liberdade de expressão me lembro do filme de Roman Polanski " O Escritor Fantasma" ( The Ghost Writter) que trata da diplomacia, conspirações entre os governosdos EUA e do Reino Unido. O filme tem muitas perseguições e bastante ação que faz  "queimar os neurônios",  onde as pessoas são vistas como  ameaça aos interesses destes países ou a sua segurança nacional.



Comparações à parte muitas questões pairam no ar em relação a legalidade da divulgação destas informações, visto que, mesmo aqueles países que tem  pouca importância na política internacional, tratam-se de informações sigilosas que tanto revelam a conduta de determinado líderes como também  estratégias de atuação nas relações diplomáticas.

Portanto, há um problema ético em relação a divulgação destes documentos e a Internet enquanto instrumento de comunicação  tem permitido maior vigilância sobre as ações políticas e econômicas dos Estados, governos e empresas. Entretanto,  a reação dos grandes líderes e Estados sobre a divulgação destas informações deixa bastante claro que  a democracia política, liberdade de expressão e informação, muitas vezes, paira na fronteira dos interesses  destes entes e chego ao ponto de afirmar que elas não passam de um mero instrumento nas democracias liberais que são corroídas pelo sistema capitalista, embora as considero altamente importante para a formação das democracias.

Fonte: http://oficinasociologica.blogspot.com.br/2010/12/wikileaks-internet-e-liberdade-de.html