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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Genro manda apresentador "estudar mais"


Danilo Gentili provoca Luciana Genro e diz que “o socialismo é 

horrível e fracassou”. Candidata rebateu: “E o capitalismo, tu acha 

que acertou? Só acha que sim porque estás numa situação 

privilegiada. Se estivesse hoje na ocupação Anchieta, em que estive, 

tu ia achar que o capitalismo fracassou também”

luciana genro danilo gentili
Luciana Genro, entrevistada por Danilo Gentili, sugeriu que o apresentador precisa “estudar mais” antes de falar sobre determinados temas (captura)

A candidata do Psol à presidência da República, Luciana Genro travou um debate com
o apresentador Danilo Gentili sobre as experiências de comunismo e socialismo. A
ex-deputada recomendou que o apresentador estudasse mais sobre o assunto antes
de emitir suas opiniões. Rapidamente, a discussão ganhou as redes sociais. Danilo
Gentili é seguidor e admirador confesso de Olavo de Carvalho – uma espécie de guru da 
nova direita brasileira.
“Você disse que não se viu ainda o socialismo ser colocado em prática embora China,
Cuba, Camboja, Coréia do Norte, todos esses lugares horríveis estavam ali seguindo Marx”,
disse Danilo Gentili. Luciana Genro imediatamente rebateu. “Não, não estavam. Não
 estavam seguindo Marx. Coitado do Marx. Ele se vira na tumba a cada vez que seu
nome é falado”, respondeu.
Danilo Gentili seguiu com a provocação. “Que homem horrível para se comunicar então!
Pessoal sempre interpreta ele errado, hein?” Nesse momento, a candidata do Psol
demonstrou certa ironia. “E o capitalismo, tu acha que acertou? Só acha que sim porque
tu estás numa situação privilegiada. Se tu estivesse hoje na ocupação Anchieta, em
que estive hoje, tu ia achar que o capitalismo fracassou também”, disparou.
“Mas se fosse no socialismo eles não estariam morando no barraco, estariam sendo
fuzilados nos barracos”, complementou o apresentador. “Isso não é comunismo, Danilo!
Se tu estudasses um pouco mais ia conhecer o assunto”, retrucou Luciana, deixando o
humorista desconcertado. “Eu acho que em nenhum lugar do mundo nós temos um
modelo de sociedade a seguir. Nós precisamos construir o nosso próprio modelo com
democracia e com liberdade”, disse a ex-deputada
Luciana continuou ouvindo discursos de Danilo e também de Roger, integrante da banda
Ultraje a Rigor e da equipe do programa, sobre o “fracasso” do socialismo em nações que
tentaram colocá-lo em prática. O músico chegou a dizer que esses regimes “já mataram
mais de 80 milhões de pessoas no mundo” e que “velhões babões” ainda acreditam neles.

Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/09/luciana-genro-danilo-gentili.html

Por que votar em Luciana Genro

Um governo que defenda os interesses do povo brasileiro e não de um pequeno grupo tem que mobilizar esse povo a pressionar o Congresso Nacional.
lucianagenro
Quando o Amálgama solicitou esta contribuição, a primeira resposta que me veio à cabeça foi: “Bom, votarei em Luciana Genro porque sou militante do PSOL e acredito neste projeto partidário, necessário nestes tempos difíceis”.
O sistema eleitoral que autoriza a profusão de legendas de aluguel; a generalização da lógica daRealpolitik, que levou a maioria dos partidos no Brasil a ser apenas uma sopa de letrinhas de siglas distintas com projetos muito parecidos – como se verifica nas coligações esdrúxulas que o povo brasileiro assiste em todas as eleições nos últimos 20 anos, baseadas no objetivo de mais espaço no horário eleitoral e, em decorrência, mais parlamentares; as semelhanças cada vez mais profundas entre partidos como PT e PSDB e as “alternativas” autointituladas representação da “nova política” com um discurso e programa conservadores; a corrupção sistêmica; tudo isso resultou num questionamento generalizado às instituições e nas multitudinárias manifestações de junho de 2013.
E até o momento a esquerda que não se adaptou ainda busca caminhos para dialogar com o difuso sentimento de negação do que aí está, com vistas à afirmação de um projeto efetivamente alternativo.
A candidatura de Luciana representa essa busca. E essa é a verdadeira razão de empenhar a ela meu voto. Fosse candidato do PSOL o senador Randolfe Rodrigues, apesar de acreditar da mesma forma no projeto da legenda que se constituiu para resgatar a proposta do Socialismo com Liberdade, não votaria nele. Pela primeira vez votaria nulo no primeiro turno das eleições presidenciais.
Embora desempenhe papel importante no Senado, Randolfe meteu os pés pelas mãos ao associar-se, ainda que formalmente, à base do governo federal para garantir algum espaço em comissões daquela casa legislativa; exagerou na dose ao declarar pensar em compor ministério com quadros do atual governo e engrossar o “volta, Lula!” anunciando que renunciaria à candidatura caso o ex-presidente decidisse disputar este pleito; e passou dos limites na tentativa de posar como republicano, deixando-se fotografar com o candidato tucano e ainda tecendo loas à biografia de Aécio. Tais atitudes evidenciavam pouca vinculação com a Agenda Pós-Junho/2013 e pouco apreço ao projeto do PSOL, confirmados pela brusca retirada da candidatura após conflagrar internamente o partido para impor seu nome como candidato no último congresso da agremiação.

A mudança que o Brasil precisa

Entre as candidaturas à frente nas pesquisas fala-se muito em mudanças, mas a verdadeira mudança que o país precisa não é defendida por nenhuma delas:
Controle de capitais. Ruptura com o tripé câmbio flutuante-superávit primário-metas de inflação, que mantém o país vulnerável à especulação financeira e dependente da exportação de commodities. Auditoria da dívida pública com suspensão do pagamento de juros e amortizações – à exceção dos pequenos poupadores – para liberar espaço no orçamento da União para investimentos. Controle do Banco Central pelo Estado, a fim de assegurar a soberania da política econômica. Reforma tributária que acabe com a regressividade dos impostos no país, onde quem ganha menos paga mais e quem tem milhões ou sonega ou paga muito pouco. Tributação sobre os rendimentos do capital maior que a tributação sobre os rendimentos do trabalho, e maior taxação do estoque de riqueza dos ricos.
Só essas medidas podem realmente inverter as prioridades do país e fazer com que o Brasil pare de definir o destino de seu povo aos cinco, seis anos de idade – quando um menino ou menina entra numa escola pública e outro entra na educação privada. Aí, como ressaltava nosso saudoso Plínio de Arruda Sampaio, começa a desigualdade abissal que temos no país e que vai se alargando com os anos.
A inversão de prioridades entre o pagamento de juros e o verdadeiro desenvolvimento do país permitirá uma política de geração de empregos para além da faixa de até três salários mínimos. Só com a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução salarial, por exemplo, seria possível gerar mais de 3 milhões novos postos de trabalho. E, segundo o Dieese, o impacto dessa política nos custos totais das empresas seria de apenas 1,99%, sendo que o aumento da produtividade do trabalho entre 1988 e 2010 foi da ordem de 92,7%.
Para o Brasil mudar efetivamente para melhor tem que ser prioridade do país encerrar o que Plínio de Arruda Sampaio qualificava como Bolsa Banqueiro – a destinação de 42% do orçamento da União para juros e amortizações da dívida enquanto apenas 4% vão para a saúde, 3,5% para a educação e 1% para o Bolsa Família (ver gráfico).
orcamento2014

Por mais direitos

O programa de Luciana Genro também estabelece que ações como o Bolsa Família “devem ser transformadas em políticas efetivas de transferência de renda, tratadas como política de Estado e acompanhadas por transformações estruturais, pois isoladas são meramente paliativas e insuficientes para assegurar a vida digna que todos merecem”. Nenhum outro candidato propõe a conversão deste programa em direito, num outro patamar de política social, porque isso seria o fim do proselitismo utilizado em época eleitoral para garantir o voto de quem depende desse dinheiro, com base no medo de perdê-lo caso mude o comando do país.
O salário mínimo, apesar do aumento real verificado nos últimos anos, ainda está muito abaixo do mínimo necessário apontado pelo DIEESE. E, como também dizia Plínio, quem defende com unhas e dentes os atuais valores do salário mínimo deveria viver com este valor. Sem falar da desvinculação do reajuste das aposentadorias ao salário mínimo, que vem penalizando os milhões de brasileiros que dedicaram anos a fio à construção da riqueza nacional. Uma política de seguridade social necessária ao Brasil tem que pôr fim também ao fator previdenciário e anular a reforma previdenciária de 2003 – aprovada em meio ao esquema que ficou conhecido como “mensalão”. E é o programa de governo de Luciana Genro e do PSOL que propõe avançar em tais medidas.
Para tudo isso, um governo que defenda os interesses do povo brasileiro e não de um pequeno grupo tem que mobilizar esse povo a pressionar o Congresso Nacional – que deveria representar os interesses dos brasileiros e não dos financiadores de campanhas – para aprovar uma reforma política real. Pelo fim do financiamento privado das campanhas; por um sistema eleitoral que não continue alijando mulheres, negros e outros setores sociais; para que se cumpra a Constituição e o povo seja chamado a efetivamente decidir sobre as grandes questões nacionais por meio de plebiscitos e referendos; pela introdução da revogabilidade de mandatos e fim do foro privilegiado. A governabilidade não pode ser sustentada nos jogos palacianos por maioria parlamentar. O parlamento e o governo devem estar a serviço do povo, e não o contrário como historicamente vemos no Brasil.

A agenda dos direitos humanos

O combate à homofobia e o fim da criminalização das mulheres que necessitam interromper uma gestação indesejada são políticas de direitos humanos e de saúde pública que jamais serão efetivadas enquanto se trocarem votos por apoio de bancadas religiosas. O Estado brasileiro é constitucionalmente laico e não pode continuar submetido a grupos religiosos que não representam a diversidade populacional, por maiores que sejam.
Da mesma forma, o enfrentamento ao racismo tem que começar a se efetivar a partir das instituições do Estado – com o fim da militarização das polícias e da política de estado penal que encarcera mais de 500 mil brasileiros, 60% negros. Ao invés de reduzir a maioridade penal, o Brasil tem que aumentar o número de vagas em creches, escolas e universidades públicas de forma a garantir a universalização do acesso prevista na Constituição. É preciso também institucionalizar a política de cotas na educação e nos serviços públicos, porque a Constituição de 1988 estabelece que somos todos iguais, mas os negros são até hoje vítimas dos 388 anos de escravidão e do racismo que estrutura a sociedade brasileira. Democracia é tratar de forma desigual os que estão em condições distintas em razão do processo histórico e social em que vivemos, até que essas disparidades se esgotem e sejamos todos os brasileiros efetivamente iguais em direitos.
Para tudo isso, enfrentar a agenda da democratização dos meios de comunicação tem que ser outra prioridade de governo. Todas as nações democraticamente consolidadas regulam os meios de mídia. Aliás, até nos Estados Unidos a mídia é regulada e um mesmo grupo não pode ser dono de jornais, TVs, rádios, revistas, sites e provedores de acesso como acontece no Brasil.

Um voto realmente útil

Não é verdade que vai tudo bem com o Brasil. Basta ver o pífio crescimento do PIB nos últimos dois trimestres, que especialistas já apontam como recessão. Somos o sétimo país mais rico do mundo e o 85º em desenvolvimento humano. Além disso, 51% dos brasileiros ainda vivem sem coleta de esgoto em pleno século XXI, segundo estudo recentemente divulgado pelo Trata Brasil. O país ocupa o 7º lugar no mundo em assassinatos de mulheres (dados do Mapa da Violência 2012, do Instituto Sangari). E no ano passado 312 homossexuais foram mortos por razões homofóbicas, segundo levantamento realizado pelo Grupo Gay da Bahia. Os jovens negros ainda têm 3,7 vezes mais chances de morrerem de forma violenta que um rapaz branco na mesma faixa etária, conforme aponta estudo sobre o racismo no Brasil divulgado em outubro do ano passado pelo Ipea (órgão vinculado ao governo federal). E o mesmo relatório aponta que as mulheres negras são 60% das vítimas de mortes violentas.
O portal Fora da Escola Não Pode!, apoiado pelo Unicef em parceria com a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, informa que mais de 3,8 milhões de crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos estão fora da escola. A saúde pública não é um direito para todos, tendo em vista a quantidade de pessoas que morrem esperando um exame ou cirurgia. Até hoje não houve reforma agrária em nosso país.
Então não é possível que o voto considerado útil seja aquele que ajuda a eleger candidatos melhor colocados em pesquisas de opinião. Para que meu voto seja efetivamente útil, deve refletir o que penso que deve mudar no país, a fim de não me arrepender lá na frente.

Luciana Genro: porque é preciso coragem e coerência para garantir os direitos do povo

Cria do movimento estudantil, que já legou ao país centenas de lideranças políticas, ainda no Rio Grande do Sul, Luciana foi eleita deputada estadual pela primeira vez em 1994 e reeleita em 1998, pelo Partido dos Trabalhadores. De 2003 a 2011 exerceu mandato de deputada federal, primeiramente pelo PT e depois pelo PSOL. Sua saída do PT foi a culminação de uma série de enfrentamentos contra a adaptação daquele partido à ordem, desde a Carta aos Brasileiros até a reforma da Previdência de 2003.
Dedicada militante socialista, professora, advogada e mãe, Luciana merece meu voto.

Fonte: http://www.amalgama.blog.br/09/2014/por-que-votar-em-luciana-genro/

terça-feira, 16 de setembro de 2014

UFPB lança acervo digital de revistas brasileiras de arquitetura


Banco de dados foi desenvolvido por alunos de pós-graduação


A Universidade Federal da Paraíba acaba de lançar um acervo digital com edições de revistas especializadas em arquitetura e urbanismo veiculadas entre as décadas de 1970 e 1980.
Desenvolvido por alunos de pós-graduação da instituição, o banco de dados tem como objetivo comprovar a diversificação da arquitetura brasileira e sua consequente dispersão no território nacional, fora do eixo Rio de Janeiro – São Paulo – Brasília.
Os usuários podem navegar pelo acervo das revistas Projeto (atual PROJETOdesign), Módulo, AU e Pampulha por meio de diversos filtros de pesquisa, como ano de publicação, autor do projeto, local da construção e tipologia do programa.
Além dos projetos arquitetônicos, também estão disponíveis matérias teóricas echarges, que marcaram a linha editorial das revistas e revelavam as problemáticas urbanas dos anos 1970 e 1980.
Para visualizar o acervo, cujo nome é “[ddab] dispersão e diversificação da arquitetura brasileira”, clique: www.lppm.com.br
Via ARCO


Ranking de Faculdades de Arquitetura Brasileiras
FAUUSP, primeiro lugar no Ranking Universitário Folha 2014. Image © OWAR ArquitectosFAUUSP, primeiro lugar no Ranking Universitário Folha 2014. Image © OWAR Arquitectos
O jornal Folha de S. Paulo divulgou recentemente seu Ranking Universitário Folha – RUF 2014, onde estão listadas as Escolas Superiores e Faculdades, públicas e privadas, que obtiveram as melhores colocações em diferentes quesitos, como “Qualidade de Ensino”, “Avaliação do Mercado” e nota no ENADE.
lista de escolas de arquitetura abrande 239 cursos de todos os estados, com ligeira predominância de escolas privadas, e é interativa, ou seja, o ranking varia de acordo com a categoria que se deseja dar ênfase.
Veja a seguir o ranking dos dez cursos de arquitetura e urbanismo que obtiveram as melhores colocações gerais:
  1. Universidade de São Paulo (USP)
  2. Universidade de Brasília (UNB)
  3. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  4. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
  5. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  6. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  7. Universidade Federal do Ceará (UFC)
  8. Universidade Federal do Paraná (UFPR)
  9. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
  10. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP)
Observa-se, nessa lista, a ausência de instituições privadas e a predominância de universidades da região sul e sudeste, com três delas no estado de São Paulo.
Entre as instituições privadas, os dez cursos de arquitetura e urbanismo com as melhores colocações são:
  1. Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACKENZIE) – 11° no geral
  2. Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS) – 12° no geral
  3. Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (FEBASP) – 13° no geral
  4. Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) – 15° no geral
  5. Universidade Paulista (UNIP) – 16° no geral
  6. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) – 17° no geral
  7. Universidade Positivo (UP) – 18° no geral
  8. Universidade Anhembi Morumbi (UAM) – 19° no geral
  9. Universidade Nove de Julho (UNINOVE) – 20° no geral
  10. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO) – 21° no geral
Para acessar a lista e navegar em seus recursos – que também tem uma seção dedicada a Mestrado e Douturado – clique aqui.

Fonte:Romullo Baratto. "Ranking de Faculdades de Arquitetura Brasileiras" 12 Sep 2014. ArchDaily. Accessed 13 Set 2014. http://www.archdaily.com.br/br/627179/ranking-de-faculdades-de-arquitetura-brasileiras?ad_medium=widgets&ad_name=most-visited-index
Estoure a bolha da sua vida


Todos os dias acordamos e temos na cabeça objetivos claros e sabemos o que temos que fazer: levantar, tomar um banho, preparar o café da manhã, levar as crianças para a escola, marcar dentista, trabalhar, trocar o óleo do carro, assistir novela…
São coisas que guiam nossas vidas e cada uma delas fazemos com um objetivo maior, manter a saúde, fornecer educação aos filhos, nos entreter…
São tantas coisas que esquecemos de ir além, olhar para o outro lado e pensar em novos formatos de vida! Se todos os dias você acorda e vai para o seu trabalho de metrô, que passa por baixo da terra, você anda três estações. Que tal pesquisar um ônibus da região que faça o mesmo caminho, permitindo que você veja novas coisas e respire novidade por algum tempinho?
Isso vale para o canal preferido. Já conheci uma família que há anos via o mesmo canal, pois o botão do controle remoto que mudava os canais não funcionava.  Vê se pode, isso tira opções e fecha a mente para a ideia de apenas um grupo de comunicação!
Olhe para dentro e veja quantas bolhas você pode estourar na sua vida, novos caminhos, novos canais, novos cantores preferidos, novos passeios, novas amizades, novos horários, experimente viver mais!

Fonte: Mobilidade Humana

FACEBOOK, O NOVO ESPELHO DE NARCISO





Isabela Anchieta

As mulheres gastam mais do que o dobro do tempo dos homens no Facebook: três horas por dia, enquanto eles gastam uma hora, em média. Entrar na rede social é a primeira ação diária de muitas delas, antes mesmo de irem ao banheiro ou escovarem os dentes. Uma atividade cumprida como um ritual todos os dias – e noites. Em um estudo, 21% admitiram que se levantam durante a noite para verificar se receberam mensagens. Dependência? Cerca de 40% delas já se declaram, sim, dependentes da rede. Elas são a maioria não só no Facebook (onde representam 57% dos usuários); também têm mais contas do que os homens em 84% dos 19 principais sites de relacionamentos.
Essas são algumas revelações da pesquisa feita pelas empresas Oxygen Media e Lightspeed Research, que analisou os hábitos on-line de 1.605 adultos ao longo de 2010. Mas cabe ainda perguntar: que motivos levam as mulheres a ficar tanto tempo na frente do computador? Vaidade? Necessidade de reconhecimento? Seria esse fenômeno uma nova forma de autoafirmação? Uma maneira de desenvolver sua individualidade aliada ao reconhecimento do outro? Será essa uma nova forma de buscar sociabilização?
Mais do que procurar uma resposta fácil, cabe, antes, compreender por que a auto-representação é mais importante para as mulheres que para os homens. Historicamente as representações femininas foram fabricadas por motivações sociais diversas: míticas, religiosas, políticas, patriarcais, estéticas, sexuais e econômicas. E, há mais de vinte séculos, essa fabricação esteve sob o poder masculino. As mulheres não produziam suas próprias imagens, eram retratadas.

Em obras de arte célebres vemos inúmeras Vênus adormecidas, (como as de Giorgione, 1509; Ticiano, 1538 e Manet, 1863); Madonas castas (nas imagens religiosas das catedrais católicas como as pintadas por Giotto, no século13, e Botticelli, no 15) ou mulheres burguesas no espaço doméstico cuidando da cozinha e da educação dos filhos (como as pintadas por Rapin e Backer no século 19). Eram cenas “pedagógicas”, que ensinavam o valor da maternidade, da castidade, da beleza e da passividade.
O pano de fundo dessas produções artísticas era uma tentativa masculina de “gerenciar” o imaginário feminino, transmitindo sugestões sobre a conduta social desejada até uma estética sexual e familiar. Como enfatiza a historiadora Anna Higonnet “os arquétipos femininos eram muito mais do que o reflexo dos ideais de beleza; eles constituíam modelos de comportamento”. Sua capacidade de persuasão era ativada pelo contexto cultural. Um exemplo pontual, mas significativo, pode ilustrar essa hipótese. O nu é quase sinônimo do “nu feminino”. Do Império Romano, passando pelo Renascimento, pela Modernidade e até os dias de hoje, o corpo da mulher reflete os ideais estéticos predominantes.
A historiadora francesa Michelle Perrot chegou a afirmar que “a mulher é, antes de tudo, uma imagem”. Aqui sua ênfase é irônica. Refere-se a uma forma de retratar que associava os cuidados com o corpo, os adornos, as vestimentas e a beleza em geral à atividade, ou melhor, à ociosidade tipicamente feminina”, enquanto os homens deveriam se ocupar de tarefas consideradas sérias: política, economia e trabalho. 
Quando a era moderna pareceu, enfim, trazer a emancipação da mulher, a conquista revelou-se contraditória. Estar na moda, ser magra, bem-sucedida e boa mãe tornou-se uma exigência. Com a ajuda do photoshop, top models, estrelas de televisão e cantoras exibem nos meios de comunicação o êxito que conquistaram em todos os aspectos do sucesso – o que, na prática, nem sempre é verdade. Elas, em geral, são tão “irreais” quanto a Vênus grega. A verdade é que a mídia veicula uma série de estereótipos sobre como agir que se tornam um peso para a mulher. Não devemos nos esquecer de que quem assume o comando é o mercado interessado em vender roupas, revistas e produtos destinados ao público feminino – e não propriamente a mulher. Assim, mesmo no século 20, quando pareciam ganhar “autonomia”, elas passaram a ser atormentadas por padrões estabelecidos por outra base imaginária: a do consumo.
O que muda no século 21 para as mulheres que utilizam as redes sociais? Quanto à importância da imagem, nada. Ela -continua a ter papel central para a identidade social feminina, confundindo-se com ela. Por outro lado, vivemos, sim, uma revolução: pela primeira vez a mulher passa a se autorrepresentar, a produzir representações de si publicamente. Essa produção não está mais sob o domínio exclusivo dos homens, nem restrita a um grupo de mulheres como as artistas (atrizes, fotógrafas, cineastas, pintoras, escultoras etc.) ou as modelos. As mulheres comuns tornam-se protagonistas de sua vida. Chegam a dispensar a ajuda de outra pessoa para tirar a própria foto: estendem o braço e miram em sua própria direção. Algumas marcas de câmeras fotográficas desenvolveram inclusive um visor frontal para que a pessoa possa ajustar o foco caso use o equipamento para se fotografar. 
A mulher “hipermoderna” reivindica algo novo: o seu protagonismo público e sua “autenticidade”. O que se soma, agora, à revolução tecnológica da sociedade capitalista. Com acesso facilitado a câmeras digitais, a telefones móveis que dispõem desse equipamento e à rede, além da existência de uma plataforma que dá suporte ao armazenamento e oferece possibilidades ao usuário para compartilhar essas imagens pela internet, a mulher passa a se autofotografar nas mais diversas ocasiões, de situações corriqueiras a viagens. Nas palavras do filósofo Gilles Lipovetsky: “O retrato do indivíduo hipermoderno não é construído sob uma visão excepcional. Ele afirma um estilo de vida cada vez mais comum, ‘com a compulsão de comunicação e conexão’, mas também como marketing em de si, cada um lutando para ganhar novos ‘amigos’ para destacar seu ‘perfil’ por meio de seus gostos, fotos e viagens. Uma espécie de autoestética, um espelho de Narciso na nova tela global”.
DITADURA DA ESPONTANEIDADE

Nesse novo ambiente o artificialismo e a mistificação da imagem passam a ser “out”. Deusas etéreas cedem espaço a mulheres que querem ser vistas como “reais”: escovam os dentes, fazem caretas para a câmera, dirigem seu carro e não se importam em ser fotografadas em momentos que antes estariam à margem da esfera pública. Tanto que 42% das usuárias do Facebook admitem a publicação de fotos em que estejam embriagadas e 79% delas não veem problemas em expor fotos em que apareçam beijando outra pessoa. A regra é: quanto mais caseiro, “mais natural”; melhor. O que não significa que essa imagem seja, efetivamente, “natural”, mas que há agora um “gerenciamento da espontaneidade”. 
O imperativo da representação feminina nas redes sociais é: “seja espontâneo”. Uma norma paradoxal, assim como a afirmação “seja desobediente, é uma ordem”, escreve o sociólogo Régis Debray. Ele faz uma interessante leitura do que poderíamos chamar de “ditadura da espontaneidade”. Segundo o autor, abandonamos o culto da morte, vivido pelas sociedades tradicionais e religiosas, para vivermos o “culto da vida pela vida” – uma espécie de “divinização do que é vivo” que se apoia no eterno presente e não mais em uma crença no além. 
Vemos emergir mulheres que cultuam o que veem no espelho e postam, “religiosamente”, novas imagens de seu cotidiano – sem que tal culto resulte em algum tipo de censura externa ou de autocensura moral. Em outro contexto, como durante o período em que a religião católica era dominante, esse “culto de si” e ao corpo seria considerado um dos sete pecados: a vaidade. Esse imaginário, aliás, é muito bem representado por um quadro do séc. 15, de Hieronymus Bosch, no qual o demônio segura um espelho para que uma jovem se penteie. 

Hoje o novo espelho global não é marcado pela vigilância moral. Ao contrário, há um contínuo incentivo da cultura para que as mulheres “se valorizem”, busquem sua singularidade e não se baseiem mais em modelos inalcançáveis (como as top models e outras famosas). E para que percebam em si mesmas uma possibilidade legítima e singular de ser no mundo.
A própria familiaridade e aproximação da mulher com o universo da produção de auto-representações pode levá-la a questioná-las. As mulheres já estão, como escreve Lipovetsky em seu livro A tela global, “cultivadas” pela mídia. Educadas em sua gramática, sabem que o photoshop, a produção e a edição das imagens criam uma mulher irreal e passam a ver essas representações “entre aspas”, distanciando-se criticamente delas. Elas aprendem com recursos autoexplicativos a modelar sua iconografia, a alterá-la, brincar com ela ou melhorá-la (possibilidades, antes, restritas aos profissionais). 

Mas a consagração do “culto de si” não significou um isolamento da mulher. Os álbuns publicados nas redes sociais conciliam, contra todas as expectativas, o individualismo e as trocas. Um se alimenta do outro. Há um ciclo: exponho minha individualidade, acompanho a do outro e ele a minha e, assim, somos incentivados a produzir e expor, cada vez mais, as nossas imagens. Trata-se do nascimento de uma “identidade coletiva”, em que a individualidade não elimina a interação, mas é seu motor. Nesse sentido, a identidade coletiva não é produto apenas de uma adesão grupal e sim uma forma de negociação de posições subjetivas – esse é o paradoxo identitário a ser considerado. 

Fotos pessoais e “amigos” virtuais (ou não) ditam o ritmo desse espaço interativo. Quanto mais caseiro, mais cotidiano, mais espontâneo, maior o número de relações entre as pessoas, que passam a valorizar a autenticidade e a vida de quem é “próximo”, “real”. Há, na base desse fenômeno, uma democratização dos desejos de expressão individual na medida em que as mulheres buscam conquistar espaços de autonomia pessoal – que traduzem a necessidade de escapar à simples condição de consumidoras daquilo que outros produzem. Elas querem colocar seu rosto no mundo. Aparecer ou não na “tela global” passa a ser uma questão de existência. Por essa razão, ter visibilidade e oferecer sua identidade publicamente é conferir importância à própria existência. O que é, também, uma forma de poder. Nesse ponto a mídia – como campo de visibilidade – passa a ter papel central para entendermos a luta simbólica pelo reconhecimento.
No entanto, essa “democratização” da auto-representação feminina não deve ser tomada como sinônimo do fim da competição estética e ética entre as mulheres. O que tudo indica, o que presenciamos não é a instauração de uma igualdade, mas a ampliação do número de mulheres na disputa por visibilidade e poder. Amplia-se, assim, a arena para buscar um poder que não está dado de antemão, mas que deve ser conquistado e manejado pela apresentação e representação de suas singularidades, de suas diferenças. Um agir que se manifesta na criação, no controle e no poder simbólico de sua própria imagem no espaço público, que só se realiza com o reconhecimento do outro nas interações sociais, associativas e na ampliação dos círculos de reconhecimento que estão dentro e fora do espaço de produção da imagem.

Um mês sem carros: a bem sucedida experiência da Coréia do Sul
Bairro de Haenggung-dong, Suwon. Fonte da imagem: ITDP
Bairro de Haenggung-dong, Suwon. Fonte da imagem: ITDP

No bairro Haenggung-dong, na cidade de Suwon, Coréia do Sul, foi realizada uma experiência em que, durante um mês, foi proibida a circulação de automóveis. Parte doFestival Mundial de Eco Mobilidade, evento que aconteceu há um ano, os efeitos dessa experiência perduram até hoje, já que ela gerou uma mudança de percepção em relação aos carros e motivou as autoridades a implementar iniciativas no sentido de devolver as ruas às pessoas e ciclistas.
O que aconteceu durante o mês da experiência? Que mudanças surgiram a partir dela? Mais informações a seguir.
30 dias sem 1.500 carros
Durante o mês de setembro do ano passado, a cidade de Suwon foi sede do Festival Mundial de Eco Mobilidade. Como forma de celebrá-lo, foi proposto que os habitantes do bairro Haenggung-dong não usassem seus carros, mas apenas bicicletas e transporte público, durante um mês inteiro. Essa iniciativa tinha como objetivo aproximar os cidadãos dos benefícios causados pela redução do número de automóveis em circulação.
Ainda que, a princípio, algumas pessoas achassem difícil implementar essa experiência – outras inclusive rechaçaram a proposta – 4.343 pessoas fizeram parte da iniciativa, deixando seus carros na garagem. Como consequência do aumento dos transportes a pé e de bicicleta, foi necessário ampliar algumas calçadas e disponibilizar 500 bicicletas para moradores e donos de estabelecimentos na região. Além disso, foram plantadas diversas árvores no bairro, visando, futuramente, tornar os trajetos mais agradáveis e sombreados.
Durante o mês livre de automóveis, as pessoas perceberam que o ar estava mais limpo, que o ruído havia diminuído e que os trajetos mais seguros valiam mais que se deslocar de maneira cômoda de carro. Além disso, segundo um relatório da organização do festival, “os moradores de Haenggung-dong descobriram que num bairro sem carros, os espaços entre os edifícios se transformam em lugares seguros e verdes a serem aproveitados.”
Um ano depois...
Os efeitos desse mês de teste sem carros fizeram com que os cidadãos desfrutassem mais de sua cidade, vendo-a através de outra perspectiva.
Foram os próprios moradores que reivindicaram a eliminação dos estacionamentos de automóveis nas principais avenidas – Hwaseomun e Sinpung –, a implementação de Zonas 30 e os finais de semana livres de carros.
Por sua vez, o governo anunciou que construiria mais ciclovias, melhoraria o sistema de transporte público e reduziria os limites de velocidade em outras partes da cidade. O prefeito de Suwon disse que, graças a essa iniciativa que surgiu durante o festival, a cidade se converteu em líder na promoção de soluções ambientais e de sustentabilidade.
Por outro lado, um habitante do bairro disse que “se o Festival não tivesse acontecido, estaríamos vivendo com a mentalidade de que os carros são a única maneira de se adaptar a um estilo de vida urbano. O Festival nos ofereceu uma atraente alternativa, viável, mas sustentável, e por isso seremos eternamente gratos.”
Pelo alcance que teve, a iniciativa está entre as finalistas do Prêmio de Transporte Sustentável, organizado anualmente pelo Instituto de Políticas para o Transporte e Desenvolvimento (ITDP).
O vídeo a seguir mostra o desenvolvimento da iniciativa:
Via Plataforma Urbana. Tradução Romullo Baratto, ArchDaily Brasil.

Fonte:Constanza Martínez Gaete. "Um mês sem carros: a bem sucedida experiência da Coréia do Sul" 15 Sep 2014. ArchDaily. Accessed 15 Set 2014.http://www.archdaily.com.br/br/627252/um-mes-sem-carros-a-bem-sucedida-experiencia-da-coreia-do-sul