Translate

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Jeff Speck: A cidade Caminhável 

z

Já publicamos anteriormente alguns artigos sobre as qualidades e benefícios de caminhar e como podemos construir cidades mais “caminháveis” e agradáveis, tanto para os pedestres quanto para os ciclistas. Dentro desse mesmo tema, compartilhamos a seguir a palestra do renomado urbanista Jeff Speck, que comenta alguns desses benefícios e razões pelas quais as cidades deveriam ser mais bem planejadas em função dos pedestres, expondo argumentos baseados nas experiências e conselhos de economistas, epidemiologistas e ambientalistas.
Embora os exemplos dos Estados Unidos não sejam tão similares aos da nossa realidade, ao citar porcentagens, tempos de deslocamento e índices de obesidade, estes casos podem ser tomados como válidos para praticamente qualquer contexto.
A seguir, um breve resumo das palavras de Jeff Speck.
Nos anos 70, o estadunidense típico – a família estadunidense – gastava um décimo do seu salário em transporte. Desde então, a quantidade de rodovias nos EUA duplicou e, com isso, os gastos com transporte – que passaram a um quinto dos salários.
O argumento econômicoProvavelmente o melhor exemplo dos EUA é Portland, no estado de Oregon. A cidade tomou muitas decisões nos anos 70 que começaram a distingui-la do resto do país. Enquanto a maioria expandia indiscriminadamente, esta cidade instituiu um limite para o crescimento urbano. Enquanto a maioria das cidades alargava suas ruas, acabando com áreas de estacionamento e árvores para tornar mais fluido o tráfego, Portland instituiu um programa de ruas estreitas. E por fim, enquanto as outras cidades investiam em mais estradas e rodovias, a cidade investia  em bicicletas e caminhadas. Foram gastos 60 milhões de dólares em instalações para bicicletas, parece muito dinheiro, mas essa cifra foi gasta em aproximadamente 30 anos, 2 milhões a cada ano – não é tanto – a metade do que custou a reconstrução de um viaduto que decidiram fazer na cidade. Essas mudanças e outras similares alteraram a forma de vida em Portland e a quantidade de quilômetros que nos deslocamos todos os dias. A quantidade de tempo que cada pessoa passa dirigindo, que alcançou seu ponto máximo em 1996, tem diminuído desde então, e agora as pessoas dirigem 20% a menos aqui do que no resto do país. Um cidadão típico de Portland dirige 6 quilômetros a menos, ou seja, 11 minutos a menos por dia, se comparado aos números de antigamente. O economista Joe Cortright fez as contas e concluiu que esses 6 quilômetros representam 3,5% do total da renda da região. Mas se não gastam esse dinheiro no transporte – de fato, 85% do dinheiro que gastamos nos deslocamentos não fazem parte da economia local – no que gastam, então? Bom, Portland tem a fama de possuir a maior quantidade de bagageiros de teto, de livrarias independentes e de clubes de strip-tease por habitante.
Na verdade, seus habitantes estão gastando a maior parte nas suas residências, e o investimento no lar é o mais local que pode existir. Mas há outro aspecto de Portland que não entra nesse cálculo, muitos jovens jovens estão vindo morar em Porltand, por isso, entre os dois últimos censos, houve um incremento de 50% na categoria “jovens universitários”, 5 vezes superior comparado aos outros lugares do país, ou melhor, da média nacional. Assim, por um lado, uma cidade faz com que seus residentes economizem dinheiro, porque através dela é possível caminhar e andar de bicicleta, e por outro lado, é também nesse tipo de cidade que queremos viver hoje em dia. Por isso, a melhor estratégia econômica para uma cidade não é a velha ideia de tentar atrair indústrias, de possuir um polo biotecnológico ou um polo médico, aeroespacial, mas sim, se tornar um lugar onde as pessoas queiram viver. Certamente, os jovens, esses motores de empreendedorismo, 64% dos quais decidem primeiro onde querem viver e mudam-se para depois procurar um emprego, virão até sua cidade.
O argumento da saúde é impressionante. Novamente nos anos 70, um a cada 10 estadunidenses era obeso. Hoje em dia um a cada 3 estadunidenses é obeso, e outro terço da população está acima do peso. Entre os jovens, 25% dos homens e 40% das mulheres estão acima do peso para poder se alistar no exército. Segundo o Centro de Controle de Doenças, um terço das crianças recém-nascidas depois de 2000 terá diabetes.Essa é a primeira geração de crianças nos EUA que, segundo estimativas, terão vidas mais curtas que seus pais. Acredito que essa crise sanitária dos EUA, da qual todos sabemos, é uma crise de desenho urbano, e que do desenho das nossas cidades pode surgir a cura. Temos discorrido muito sobre dietas, e sabemos que as dietas afetam o peso e o peso, obviamente, afeta a saúde. Mas recentemente começamos a discutir sobre o sedentarismo, e que o sedentarismo nasce na paisagem. O sedentarismo, que vem do fato de que vivemos em um lugar onde já não existem coisas como passeios adequados, está fazendo com os quilos aumentem. E por último, existem dois estudos, um britânico chamado “Gula versus Preguiça” que comparou o peso com a dieta e o peso com o sedentarismo, e encontrou uma relação muito mais próxima entre a última combinação. O Dr. James Levine da Clínica Mayo, vestiu seus pacientes de estudo com um traje eletrônico, manteve uma dieta e começou a aumentar as calorias. Algumas pessoas aumentaram de peso, outras não. Esperava-se que fosse algum fator metabólico o do DNA, mas os cientistas se surpreenderam  ao perceber que a única diferença entre eles era quanto se movimentavam, e de fato os que engordaram eram os que passavam mais tempo sentados. Possuímos, portanto, esses estudos que relacionam o peso ao sedentarismo, mas também temos agora estudos que relacionam peso ao lugar onde vivemos. Você vive em uma cidade onde se caminha mais ou numa cidade onde se caminha menos? Ou, em que parte da cidade você vive? Em San Diego, muitas pessoas utilizam o Walk Score. Ele pontua cada endereço dos EUA em termos de quanto é possível caminhar. Utilizaram o Walk Score para designar bairros onde se caminha mais e bairros onde se caminha menos. E, adivinhem. Se uma pessoa vive em um bairro onde se caminha mais, tem 35% de chances de estar acima do peso. Se uma pessoa vive em um bairro onde se caminha menos, ela possui 60% de chances de estar acima do peso. Hoje temos, então, vários estudos que vinculam o lugar onde se vive com a saúde, particularmente nos EUA. A maior crise de saúde pública que temos é essa derivada do sedentarismo induzido pelo entorno e na semana passada aprendi uma palavra nova “geraobesos”, é o nome que recebem esses bairros. Pode ser um pouco estranha, mas é fácil de entender a ideia. Para mencionar brevemente, também  há uma epidemia de asma nos EUA. Provavelmente ainda não pensaram muito sobre isso, mas 14 estadunidenses morrem diariamente de asma, 3 vezes mais do que nos anos 90, e quase tudo vem dos escapamentos dos carros. A poluição dos EUA já não vem das fábricas, vem dos tubos de escapamento e da quantidade de veículos nas ruas. A quilometragem percorrida por um automóvel urbano é um bom indicativo para problemas de asma nas cidades. E finalmente, os acidentes de trânsito são os maiores assassinos de adultos sãos e um dos maiores assassinos de todo o tipo de pessoas. Acabamos aceitando passivamente esses acidentes, assumimos que é um risco natural ao sairmos de casa. Mas, de fato, nos EUA, 12 pessoas a cada 100.000 morrem anualmente em acidentes de automóvel. Na Inglaterra, são 7 a cada 100.000. No Japão, 4 a cada 100.000. E sabem onde são 3 a cada 100.000? Em Nova Iorque e San Francisco. Portland também. Estamos mais seguros nessas cidades porque dirigimos menos? Tulsa: 14 a cada 100.000, Orlando 20 a cada 100.000. Não se trata de estar ou não estar na cidade. E sim, como foi projetada a sua cidade? Foi concebida para os automóveis ou para as pessoas? Porque se sua cidade foi projetada para os automóveis, esse projeto pode contribuir muito para que haja muito mais acidentes. Isso é parte de um argumento muito maior.
Por último, o argumento ambiental é fascinante porque os ambientalistas mudaram completamente seus rumos nos últimos 10 anos. O movimento ambientalista nos EUA foi, historicamente, um movimento anti-cidade. Para nos tornarmos mais ambientalistas, fomos ao campo e, em comunhão com a natureza, construímos subúrbios. E claro que nos demos conta do que isso provoca. O mapa de carbono dos EUA, que indica onde o CO2 está sendo emitido, esgotou esse mesmo argumento. Se analisarmos qualquer mapa de carbono, ele vai parecer uma foto de satélite registrada à noite, mas intenso nas cidades, menos intenso nos subúrbios e, claro, quase inexistente no campo. Até que alguns economistas disseram: é essa a maneira corretar de medir o CO2? E disseram, vamos medir o CO2 por lar e, ao fazerem isso, os mapas se inverteram, menos intenso no centro da cidade, mais intenso nos subúrbios, o vermelho vivo nos bairros afastados. Isso ocasionou uma mudança fundamental e agora temos ambientalistas e economistas como Ed Glaeser que dizem que somos uma espécie destrutiva. Se alguém ama a natureza, o melhor que pode fazer é manter-se o mais afastado possível dela, mudar-se para uma cidade, quanto maior, melhor, e as cidades mais densas, como Manhattan, são as que apresentam melhor eficiência. O habitante de Manhattan consome gasolina a uma taxa que o resto da nação não vê desde os anos 20, consumindo, além disso, a metade da eletricidade de Dallas. Mas, claro, podemos fazer muito melhor. As cidades canadenses consomem metade da gasolina que as cidades dos EUA. As cidades europeias, por sua vez, consomem a metade da quantidade das canadenses. Podemos e queremos fazer melhor, todos nós temos que ser ecologistas.
O argumento final sobre esse tema é que acredito que tentamos ser ecologistas de maneira equivocada, e sou um entre muitos dos que acreditam que dar ênfase a dispositivos e acessórios – O que posso agregar a minha casa? O que posso agregar ao que eu já tenho para ter um estilo de vida mais sustentável? – é algo que dominou a discussão. Todas essas inovações juntas colaboram com uma fração do que contribuímos vivendo em um bairro onde seja possível caminhar 3 quadras até o metrô no centro da cidade. Trocamos todas as nossas lâmpadas por outras de baixo consumo, e vocês deveriam fazer o mesmo, mas trocar todas as lâmpadas economiza tanta energia ao ano quanto mudar-se para uma cidade onde se caminha uma vez por semana. E não queremos discutir isso. Os políticos e os vendedores temem proporcionar a ecologia como uma “escolha de estilo de vida”. Mas, e se o estilo de vida tivesse realmente a ver com a qualidade de vida e com algo que talvez disfrutássemos mais, algo melhor do que temos hoje em dia? Bom, o padrão-ouro nos rankings de qualidade de vida se chama “La Encosta Mercer”. Pode ser que vocês o conheçam. Eles qualificam centenas de nações no mundo inteiro segundo 10 critérios que eles acreditam contribuir para a qualidade de vida: saúde, economia, educação, moradia, etc. Existem outros 6, apresento-os em breve. É muito interessante notar que a cidade estadunidense mais bem posicionada, Honolulu, está na posição 28, depois dela vêm as de sempre: Seatle, Boston todas as cidades onde se caminha mais. As cidades do “Sun Belt”, Dallas, Phoenix e, desculpa, Atlanta, estas cidades não apareceram na lista. Mas, quem está melhor? As cidades canadenses como Vancouver, onde, novamente, os habitantes consomem a metade do combustível que nós consumimos. Ou as cidades onde se  fala alemão, como Dusseldorf ou Viena, que consumem, novamente, a metade do que gastam as cidades do Canadá. E percebemos essa alienação, essa estranha alienação. É mais sustentável o que lhe permite uma melhor qualidade de vida? Eu argumentaria que o mesmo que lhe torna mais sustentável é o que lhe dá melhor qualidade de vida, e isso é viver em um bairro onde se caminha mais. Por isso, a sustentabilidade, e isso, inclui nossa riqueza e nossa saúde, pode não ser uma função direta da nossa tal sustentabilidade, não é fácil conseguir isso, mas é possível, já se mostrou possível em várias cidades de todo o mundo.

Via Plataforma Urbana. Tradução Camilla Ghisleni, ArchDaily Brasil.


terça-feira, 5 de agosto de 2014

VIDA SOUL






Cor. Arte. Criação. Sonoridade. Leveza de espírito. Os dias seguem para onde eles têm que ir. Talento que vai sendo lapidado. Alguns ônibus apertados, sufocados. Dores de cabeça. Demora a esquentar o corpo na cama, pra então pegar no sono. Cedinho na manhã seguinte outra vez. Manhã de geada. Preguiça. Viro para o lado, deixo o compromisso. Só para viver o prazer de me me virar para esse lado de cá, e continuar a dormir nessa manhã invernal. Não levanto nem para o café quentinho. É a vida cotidiana sem grande embriagar. E nem por isso menos soul.

Som indicado para esses dias: o saxofonista 
Dexter Gordon

Créditos: http://diversidademusical.zip.net/arch2006-09-01_2006-09-30.html
Musica do dia:

Whitney Houston - For The Love Of You

Foto por: 

Credit: Frank Micelotta/PictureGroup

segunda-feira, 4 de agosto de 2014



COMO ABRIR O SEU PRÓPRIO ESCRITÓRIO DE ARQUITETURA


Escritorio_arquitetura_dicas_arquitete_suas_ideias

Muitas pessoas conseguiam, umas mais facilmente e outras com um pouco mais de dificuldade. Por que você não conseguiria também?
É possível que você esteja somente começando a pensar sobre o assunto, ou talvez você já esteja na briga faz alguns anos e ainda nada deu certo. Onde estão os problemas? Seus amigos dizem que você é competente, seus pais dizem que você é brilhante, mas e o mercado? O que diz?
Será que seus amigos só estão te encorajando e seus pais estão mesmo é preocupados com o seu futuro? Bem, como eu, muitas pessoas querem um dia ter seus próprios escritórios, mas todo mundo sabe que não é assim tão fácil começar do zero. Segundo Mark Cavagnero, 99% dos desafios não estão em dar conta dos pedidos, como negociar contratos, como contratar seu primeiro funcionário ou resolver se vai usar o REVIT ou o AutoCad. Todos esses são problemas, claro, mas o principal problema é como conseguir ser contratado? Mark abriu seu escritório em São Francisco há 19 anos e a principal pergunta que ele traz é “De que maneira, realmente, você sai para sua vida de arquiteto por conta própria e consegue sobreviver?” Segundo ele, essa é uma parte que ninguém nunca comenta.
Claro que montar um negócio evolve muita lágrimas e suor, e com certeza um pouco de sorte, mas sempre é bom saber das pessoas com mais experiência que nós, como foram seus escritórios no início de carreira, suas estratégias e principalmente, o que não fazer para afundar o barco.
Para isso, aqui estão algumas dicas de como começar o seu novo escritório de arquitetura:
1. Quem é você?
A primeira coisa, antes de sair por aí distribuindo panfletos, pagando para aparecer em páginas em revistas ou mesmo incomodando clientes, é pensar “o que quero ser quando crescer”, pois somente isso definirá sua marca, se você será visto como um arquiteto paisagista, como um arquiteto de interiores ou um arquiteto comercial, por exemplo. Você precisa achar sua paixão, saber o que quer e gosta de fazer, pois se nem isso você tiver claro em sua mente, você não conseguirá se comunicar com seus clientes.
2. Socialize-se com os clientes que você quer
Ter a seu próprio escritório significa estar sempre correndo atrás do relógio. Não existirá mais a separação do durante o trabalho e o depois do trabalho. O que haverá será uma vida social onde você sempre estará buscando um trabalho. Você precisará estar onde você quiser estar. Por exemplo, quer projetar em um determinado bairro? Quer arranjar clientes fora do seu círculo social? Comece a dar caminhadas, visite parques, conheça pessoas, compareça em festas diversas. Mas você não pode parecer que esta caçando pessoas ou clientes, é preciso ficar “relaxado” como se não precisasse de nada. “É ser você mesmo, as pessoas apreciam e gostam de ver isso, não somente um vendedor qualquer que esta lá para mostrar seus serviços”, diz Samuel Fajner.
Outro detalhe é que para projetos institucionais, governamentais ou educacionais, hoje em dia existe muita burocracia, incontáveis leis e inúmeros prós e contras. Com isso, os clientes públicos, com medo de tantos quilos de papéis para assinar, ficam com medo até mesmo de almoçar com o arquiteto. Ou seja, ser sociável e saber conversar conta muito na hora de fazer negócio.
3. Procure conhecer o que sua cidade oferece para pequenos empresários.
Conheça quem trabalha sozinho, quem trabalho em grupo, quais fornecedores são melhores para pequenas obras, como tentar pegar um pouco de sol entre os grandes. Afilie-se em associações de escritórios de arquitetura, vá em reuniões do ramo, simpósios, conferências, tudo o que puder. Munido de todas as informações possíveis, fica mais fácil saber onde pisar ou com quem contar no futuro.
4. Peça por conselhos.
Pegue o telefone, selecione 5 escritórios que você admira e ligue para eles. Ao falar com o chefe diga: “Este é o meu nome, tenho essa idade e eu quero montar o meu próprio escritório. Eu sei que você começou sua empresa há X anos e eu realmente gostaria de poder conversar com você, entender pelo que você passou, suas lutas, as lições que aprendeu e os erros que você cometeu que podem salvar a minha vida”.  Segundo Fajner, é impressionante como um telefonema sincero torna as pessoas receptivas, que podem vir a te ajudar muito no seu começo de carreira.
5.Marketing
Quando você tem um escritório com uma ou duas pessoas, “marketing” pode soar um pouco luxuoso demais não é mesmo? Mas não importa sua situação, fazer com que as pessoas saibam quem é você e o que você faz é essencial. Assim que puder, você precisa publicar algum trabalho. Claro que isso envolve custos e nada é de graça, mas concentre seu dinheiro. Melhor uma boa publicação com boa visibilidade do que algumas citações perdidas por aí.
No começo ficamos perdidos em como realmente mostrar o nosso trabalho não é mesmo? Mas se pararmos para pensar, somos “treinados” para resolver problemas certo? Mas da mesma forma, parece que temos barreiras na hora de nos autopromover de forma criativa. A dica de Cass Calder Smith é para pensar nisso como se fosse qualquer outro projeto. “Pare tudo e pense, sou um arquiteto criativo e estudei para isso, resolvo problemas com criatividade. Isso é o que eu faço: resolvo problemas, então vou aplicar isso na minha situação e no meu negócio!”
Depois, com mais dinheiro em caixa é aconselhável deixar isso para os profissionais da área. Afinal se todo mundo tivesse um pouco de arquiteto em si para sair projetando, ninguém iria nos contratar não é mesmo?
6. Considere trabalhar de graça ou por quase nada, pelo projeto que valha a pena.
Você está começando na carreira de uma vida. O que você tem para mostrar? Pouca coisa. O que você pode dar? Horas de trabalho. Então se você conseguir trabalhar em um projeto que dará um retorno para o seu nome, apenas faça. Por exemplo, um restaurante é um local visto por muitas pessoas diariamente. Caso tenha a chance de participar, mesmo que de graça, ou juntar-se a outro escritório que esteja fazendo o projeto por um salário mais baixo, de um projeto que você veja que terá muita visibilidade, é altamente recomendando fazer isso. Além do mais, você é jovem e de uma maneira ou de outra sobreviverá a isso. Seu futuro agradece.
Fazer um trabalho para ter visibilidade, mesmo que não pague bem, mas que será muito bom e sairá na mídia muitas vezes, significa também que a mídia falará muitas vezes sobre seu projeto. Esse é um dos melhores jeitos de conseguir outros trabalhos, fazer com que as pessoas falem sobre seu trabalho. E é falando sobre seu trabalho que elas estarão promovendo seu nome por ai a fora.
7. Participe de concursos e competições
O número de participantes que concorrem é menor do que você imagina – e um pouco de trabalho duro pode valer, e muito, a pena. Há oportunidades onde você somente precisa submeter alguns renders e um conceito. Isso fará com que seu trabalho seja publicado, algumas vezes em revistas, algumas vezes somente on line. Mas você nunca sabe que estará lendo essas publicações. Pode ser algo pequeno, porem é algo escrito sobre seu trabalho, haverá desenhos, renders e comentários na internet para quem quiser ver. Isso lhe dá um corpo de trabalho, algo para dizer “está la, é só conferir”. Pode ser que você não ganhe a competição, mas é uma oportunidade para tonar-se conhecido.
8. Invista em uma boa fotografia
Para que seja impressa ou mesmo postada na web, é bom ter fotos de tirar o fôlego! Segundo Mark Cavagnero, na mídia muito do que é comentado é sobre ter imagens de alta qualidade. “O que você puder investir em uma boa foto, valerá muito a pena, mesmo que seja o seu mais modesto projeto”. Mesmo que você não consiga pagar por várias fotos, você ainda pode extrair o máximo das que conseguir tirar. Caso tire 5 ou 10 boas fotos, se elas tiverem uma alta resolução você ainda pode cortá-las e ter como produto final várias boas fotos de detalhes. “Você normalmente consegue fazer com que um projeto simples pareça muito melhor”.
Ache um fotógrafo que entenda sua visão. Comece uma relação com um fotografo que você realmente goste, cujo trabalho lhe agrade e que entra em sintonia com o seu. Os bons fotografos escutam o que você que falar e o que quer passar através da sua arquitetura, e não somente vão entrando na obra e começam a tirar fotos. Eles vão querer mostrar através das fotos o melhor do que você queria transmitir em seu projeto.
9. Use a internet, ela é sua amiga
A nossa geração já é outra, ela está ligada quase 24h por dia na internet. Mas você ficaria surpreso em saber quantos escritórios de arquitetura não tem um site decente na internet. E você, ja tem um?
Contudo, o melhor da web é ser visto por pessoas do mundo todo. Ter seus projetos on line em alguma revista significa que em qualquer lugar poderá haver uma pessoa lendo sobre você. Seja na hora do café lendo em um tablet, seja nos sites de busca procurando “arquiteto na cidade tal”. Quanto mais coisas tiver na internet mais keywords estarão relacionadas ao seu nome e ao seu trabalho. Talvez uma amizade com um editor de revista também ajude! Mas isso já é mais difícil.
E quanto mais as pessoas procurarem por arquitetura on line e você aparecer na busca, bem, o que as pessoas vão pensar: “esse aquiteto(a) deve ser bom(a) não é mesmo? Vou falar com ele(a) sobre o meu projeto”. Simples assim.
10. Transforme seus projetos pequenos em projetos grandes
Use qualquer experiência que você teve como fundamento para conseguir novos trabalhos na mesma área, mas nunca, nunca menospreze seu trabalho. Cada um dos projetos em que trabalhou, são seus projetos, seu suor e tempo que foi investido. Se um dia você trabalhou em um escritório e fez o projeto dos banheiros de um aeroporto, então você tem EXPERIÊNCIA em aeroportos e ninguém pode dizer o contrário. E não comece com “mas eu fiz somente os banheiros!” Nunca peça desculpas. Nessa hora não há espaço para ser modesto e você precisa estar confiante quando abrir sua empresa. Você está começando com muito pouco e todo o seu portfólio, seja de 5 ou 10 anos atrás, conta, pois foi você quem fez!
Os clientes, claro, sempre vão querer os “experts”. Mas ninguém começa no topo, certo? Agora, para entrar no radar deles você precisa suar. Caso tenha feito alguns projetos de restaurantes, lojas, casas, qualquer coisa no início da carreira, continue fazendo. Pois ao fazer um bom trabalho, você é indicado para fazer algo parecido para outro cliente. Com o tempo os clientes percebem que é melhor ligar para você do que para uma pessoas que eles talvez conheçam. E se você já está facilitando o trabalho deles, eles podem começar a dizer: “ Você está fazendo um ótimo trabalho com os banheiros do aeroporto, que tal se você também fizesse as salas de espera? Ou talvez o lobby?” E quando você menos esperar o trabalho começa a aumentar e junto com a experiência, quem sabe você não é chamado(a) um dia para fazer o aeroporto inteiro?
11. Faça parcerias com grandes escritórios para participar de grandes projetos.
 Em um escritório pequeno será quase impossível participar de grandes licitações ou projetos, até mesmo pela falta de mão de obra para trabalhar no projeto. Mas você sempre pode firmar parcerias e colocar seu nome em projetos de grande de escala. Segundo Melissa Werner, você precisa fazer com que os grandes escritórios saibam que você tem interesse em trabalhar com eles. Ao entrar em contato com outros escritórios, que podem ser especializados em fazer projetos totalmente diferentes dos seus, você pode, dentro de um mega projeto, como shoppings, aeroportos, centro de convenções e assim por diante, projetar um restaurante por exemplo. Assim você poderá participar em uma pequena parte de um grande projeto, que pode levar a trabalhos maiores no futuro.
 Outra possibilidade é que um grande projeto venha para sua cidade e um escritório de fora precise da sua experiência local para ajudar  nos trabalhos. Pode ser que você não tenha experiência em escalas muito grandes, mas nessa hora a troca de informações e técnicas ajudará ambos os lados.
12. Não jogue fora oportunidades “excêntricas”.
 Sylvia Kwan, membro do Instituto Americano de Arquitetos, ainda fica satisfeita e feliz ao lembrar de um e-mail um pouco estranho que recebeu há alguns anos. Ela conta que recebeu um propaganda de um programa de Tv chamado “Extreme Living”. Ao submeter seu projeto ao programa e depois dos criadores aceitarem mostrar o projeto no show, pelo menos duas vezes ao ano o programa reprisa, e o escritório recebe ligações de clientes sobre novos projetos. Como se o projeto tivesse sido feito naquele mês.
 Ou seja, aproveitar oportunidades que aparecem, mesmo que um pouco estranhas logo de início, podem gerar uma boa publicidade para seu escritório. Seja um projeto para um parente sem dinheiro, um programa de decoração em um canal de Tv fechado, ou até mesmo fazer um projeto sem nem mesmo ter cliente (mais algumas imagens digitais para seu portfolio).
13. Tenha um network com toda a indústria, não somente com os arquitetos.
 Caso você conheça um vendedor de móveis em uma festa, não o subestime somente pelo fato dele não ser um arquiteto. Fabricantes e fornecedores tem valiosas informações que pode ajudá-lo a conseguir novos projetos. Essas pessoas são muito boas para fazer negócios e conhecem as empresas que precisam de serviços na sua cidade, quem está expandindo, quem está mudando de endereço, quem está querendo comprar salas comerciais e várias outras coisas. Ter uma grande rede de contatos, em todas as áreas, facilita muito a vida de um arquiteto. Afinal eles podem estar procurando o mesmo tipo de trabalho que você está, mas de um ângulo completamente diferente do seu, onde todo mundo pode se beneficiar disso.
14.Publique seu trabalho onde os clientes irão realmente vê-lo
 Lembre-se que nem sempre as suas revistas favoritas são aquelas que seus possíveis clientes leem. Ou seja, revista de arquitetura, são arquitetos que compram, na sua maioria. Evidente que ao ter seu projeto publicado em algum lugar, muitas pessoas irão passar a conhecê-lo(a), mas revistas especializadas de arquitetura são feitas para quem gosta ou vive de arquitetura. Mas sabemos quem nem todas as pessoas tem esse interesse, não é mesmo? Por que então não escolher revistas  de negócios ou lifestyle? É bom ser reconhecido por outros arquitetos, mas cá entre nós, não são eles que vão trazer novos projetos para seu escritório. Busque seus clientes em locais onde eles possam ler sobre você.
 15. Saia da toca e interaja no meio social
  Há locais onde nunca se para de conversar sobre reformas, construção e imóveis. Um local por exemplo é o playground. Assim como a academia de musculação, ou um churrasco ou qualquer lugar onde pessoas circulem pessoas. Principalmente novos pais e mães a procura de um lar. Caso você tenha filhos, eles são a melhor forma de começar um negócio. Pois é saindo com eles para brincar em um parquinho ou para comprar fraldas, que será onde você encontrará pais na mesma situação. Caso seu escritório seja especializado em casas unifamiliares, melhor ainda, pois nessa área a melhor publicidade é o boca a boca. Na porta da escola, na creche ou no final da aula de natação. Sempre será necessário uma reforma aqui, outra ali, um conselho, ou mesmo um projeto bem modesto. Mas conhecendo você melhor, eles lhe contratarão.
 É sabido que arquitetos podem não ter uma vida social muito badalada, mas é preciso sair por aí para que seus futuros clientes saibam que você exista! Isso demanda muito esforço, energia e uma vida pessoal transparente.
 Você não pode separar sua vida pessoal do seu negócio. Quando você pensa que aquele evento de sexta a noite será para descansar, passear com sua família ou amigos, espere até começar uma conversa e no meio dela um amigo de um amigo seu falar “estou pensando em comprar uma casa ou reformar a minha” e seu espírito de arquiteto vai aparecer. Mesmo que você não queira, perder um possível cliente não pode ser jogado fora.
 Quando chegar ao ponto de que você, mesmo não querendo sair, for para uma festinha de criança de 7 anos da amiga do seu filho só porque ouviu que o tio dela comprou um terreno e está querendo projetar uma loja, aí sim, você está pronto para andar com as próprias pernas em relação ao seu escritório, diz Mark Cavagnero. Se você não está pronto para fazer isso, então é provável que você não esteja pronto para seguir com um negócio próprio, pois as pessoas não vão simplesmente ligar e contratar você. É necessário sim, sem sombra de dúvidas que você vá a luta.
Fonte: Architizer, imagem 
http://arquitetesuasideias.com/  ·  · in Arquitetura. ·



CONSTRUÇÕES MONUMENTAIS: O QUE É PRECISO PARA SE CONSTRUIR UM ÍCONE?


Você já parou para pensar como as grandes construções são feitas? Não somente as grandes, mas aquelas que marcam uma época, uma cidade e até mesmo um país?
Esses monumentos marcaram história e os livros de turistas por todo o mundo. A ideia de uma escultura como um marco na cidade não é nova, mas atualmente cada vez mais as obras dos arquitetos famosos faz com que você pare e se pergunte se as estruturas modernas poderão ser tão memoráveis quanto as do passado.
Que nome de um arquiteto vivo hoje, permanecerá conhecido daqui a alguns séculos? Por exemplo, as pessoas se lembrarão do prédio mais alto do mundo? Pois este ícone muda quase a cada ano não é mesmo? Os novos e ousados arquitetos, que nos deslumbram com uma arquitetura que parece sair de filmes de ficção científica, podem nos fascinar, mas o que é preciso para que uma obra se torne um marco para a cidade, ou seu país?
Sempre haverá algo maior, mais bonito, mais louco ou inteligente que pode sair da prancheta ou de um programa de computador. Mas as fotos a seguir mostram, em alguns ângulos ainda inacabados, que obras podem, apesar de serem velhas, se tornar um bem tão importante para um local, que os habitantes já não saberiam viver sem eles.
Uma boa pergunta é, como eram cidades como Paris, Nova Iorque ou o Rio de Janeiro, sem obras tão marcantes. Eram mais “sem graça”?
 monumental_construcao_icone_foto_antiga_arquitetura_preto_branco_arquitete_suas_ideias_02monumental_construcao_icone_foto_antiga_arquitetura_preto_branco_arquitete_suas_ideias_03jpg
Golden Gate Bridge
Projetado por Joseph Strauss, Irving Morrow e Charles Ellis
San Francisco Bay, California
Construção: 1933-1937
monumental_construcao_icone_foto_antiga_arquitetura_preto_branco_arquitete_suas_ideias_04
Cristo Redentor
Projetado por  Heitor da Silva Costa; Escultura de Paul Landowski
Rio de Janeiro, Brasil
Construção: 1926-1931
monumental_construcao_icone_foto_antiga_arquitetura_preto_branco_arquitete_suas_ideias_05monumental_construcao_icone_foto_antiga_arquitetura_preto_branco_arquitete_suas_ideias_06jpg
Manhattan Bridge
Projeto de Leon Moisseiff
New York City
Construção: 1901-1912
monumental_construcao_icone_foto_antiga_arquitetura_preto_branco_arquitete_suas_ideias_07monumental_construcao_icone_foto_antiga_arquitetura_preto_branco_arquitete_suas_ideias_08
Estátua de Liberdade
Projetado por Frédéric Bartholdi
Liberty Island, New York
Construção: 1876-1886
monumental_construcao_icone_foto_antiga_arquitetura_preto_branco_arquitete_suas_ideias_09monumental_construcao_icone_foto_antiga_arquitetura_preto_branco_arquitete_suas_ideias_10
Sydney Opera House
Projetada por  Jørn Utzon
Sydney, Australia
Construção: 1959-1973
monumental_construcao_icone_foto_antiga_arquitetura_preto_branco_arquitete_suas_ideias_11monumental_construcao_icone_foto_antiga_arquitetura_preto_branco_arquitete_suas_ideias_12
Gateway Arch
Projeto de Eero Saarinen and Hannskarl Bandel
St. Louis, Missouri
Construção:  1963-1965
monumental_construcao_icone_foto_antiga_arquitetura_preto_branco_arquitete_suas_ideias_13monumental_construcao_icone_foto_antiga_arquitetura_preto_branco_arquitete_suas_ideias_14
Tower Bridge
Projeto de Sir Horace Jones and George D. Stevenson
Londres
Construção: 1886-1894
monumental_construcao_icone_foto_antiga_arquitetura_preto_branco_arquitete_suas_ideias_15monumental_construcao_icone_foto_antiga_arquitetura_preto_branco_arquitete_suas_ideias_16
Eiffel Tower
Projetada por Gustave Eiffel
Paris
Construção: 1887 – 1889
O que faz esses monumentos serem o que são? Com certeza não são os maiores, mais caros ou mais tecnológicos. Será que ficaram famosos por serem únicos? Então porque o hotel Ryugyong na Coréia do nortetambém não ficou famoso? Sem dúvida que não há algo parecido por aí, e esse é somente um exemplo.
Ou seja, não ser conhecido leva a obra a não ser famosa, claro. Mas ser conhecido um dia, faz com que seja lembrado? Talvez não.

http://arquitetesuasideias.com/

VOCÊ SABE O QUE UM ARQUITETO PODE FAZER EM SUA CARREIRA?

Vi essa imagem através da Catho, que é um site de currículos e vagas de emprego de maior tráfego na América Latina.
Caso ainda esteja em dúvida do que um arquiteto é capaz, esse infográfico é bastante esclarecedor:
arquitetura_infografico_carreira_salario_mercado_arquitete_suas_ideias
Com relação ao salário, teoricamente essa é a base, a partir de 01 de janeiro de 2013:
Jornada de 6 horas = R$ 4.080,00 – 6 x salário mínimo (R$ 678,00)
Jornada de 8 horas = R$ 5.763,00 – 8,5 x salário mínimo (R$ 678,00)
Jornada de 9 horas = R$ 6.102,00 – 9 x salário mínimo (R$ 678,00)
Mas eu digo teoricamente, pois infelizmente é difícil que escritórios de arquitetura trabalhem com carteira assinada. Muitos, ou a maioria, não pagam carteira e por isso o salário é bastante variável. Creio que somente em escritórios grandes que sigam a lei corretamente.
Um arquiteto recém formado, deve vai ganhar em torno de 2 mil reais por mês.
Depois, tenho conhecimento de arquiteto que ganha até 15 mil. Mas isso vai depender do tempo de trabalho/escritório/localização.

· Fonte:  · in Arquitetura