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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Um dos Mais Belos Edifícios da China Moderna vai Passar do Conceito à Construção


Um dos Mais Belos Edifícios da China Moderna vai Passar do Conceito à Construção

A construção daquele que poderá vir a ser um dos mais belos edifícios da China moderna vai ter início em Dezembro deste ano em LongquanChengdu. O Centro de Exposições Oasis, da autoria do atelier londrino Marques & Jordy, é caraterizado pelas suas linhas curvas, a fazer lembrar o design desportivo automóvel.
Este edifício servirá como salão de mostra automóvel e poderá acomodar centenas de viaturas nos seus mais de 60 mil metros quadrados, estando previstos espaços dedicados às mais conhecidas marcas de super carros, como FerrariPagani ou Bugatti.
Um dos Mais Belos Edifícios da China Moderna vai Passar do Conceito à Construção
A volumetria do centro de exposições encontra-se dividida em três secções paralelas que se desenvolvem de forma independente ao longo de arcos consecutivos. Entre estas secções existem espaços de passagem ladeados por estruturas ondulantes cor de prata que contrastam com o vermelho vivo da cobertura e abrem o edifício ao exterior através de um conjunto de varandas e claustros.
Um dos Mais Belos Edifícios da China Moderna vai Passar do Conceito à Construção
Um dos Mais Belos Edifícios da China Moderna vai Passar do Conceito à Construção
Um dos Mais Belos Edifícios da China Moderna vai Passar do Conceito à Construção
Um dos Mais Belos Edifícios da China Moderna vai Passar do Conceito à Construção
Um dos Mais Belos Edifícios da China Moderna vai Passar do Conceito à Construção

Imagens: Marques&Jordy
Fontes: Marques&Jordy

CURVAS DE NÍVEL

 

As curvas de nível são utilizadas para representar o relevo de uma região. São uma maneira prática de apresentar uma informação tridimensional – o terreno, em um meio bidimansional – o papel.

 SBECK_Curvas de nivel1

Se você fosse desenhar as curvas de nível da sua mão, ficaria assim. Ilustração: Sergio Beck
SBECK_Curvas de nivel2
As curvas de nível são linhas imaginárias que representam pontos com a mesma altitude no terreno. Se você pudesse caminhar sobre elas, não subiria nem desceria de altitude no terreno. Podemos imaginar as curvas de nível “fatiando o terreno”, de modo a ser possível entender o seu relevo visto de cima. Ilustração: Sergio Beck
SBECK_Curvas de nivel3
Visto de cima, esta montanha (à esquerda) seria representada deta maneira (à direita). Ilustração: Sergio Beck
SBECK_Curvas de nivel4
Curvas formando um “V” no terreno podem indicar uma crista ou um vale. Cuidado: curvas de nível nunca se cruzam! Linhas cruzando curvas de nível representam outros elementos: um rio, uma construção, um muro ou uma cerca, por exemplo. Ilustração: Sergio Beck
CEU_Curvas de nível_1
Exemplo de representação em curvas de nível. O mesmo terreno – um morro, visto de cima e “cortado” de perfil. Ilustrações: Centro Excursionista Universitário.http://www.ceubrasil.org.br
CEU_Curvas de nível_2
Uma maneira de construir o perfil do terreno a partir das curvas de nível. Note que quanto mais próximas as curvas uma da outra, mais inclinado é o terreno. 

Ilustrações: Centro Excursionista Universitário. http://www.ceubrasil.org.br

Uma arquitetura que o arquiteto não cria


Pessoal, dica de artigo interessante do arquiteto  Henri Michel Lesbaupin, disponível no site do Sinaenco.
Favela do Vidigal, no Rio de Janeiro.

Você já pensou em comparar as favelas brasileiras com os lugarejos da Costa Amalfitana na Itália e das Ilhas Gregas? Foi isto que fez o arquiteto Henri Michel Lesbaupin, em artigo no qual desconstrói o imaginário negativo associado a este tipo de habitação. Afinal, se garantida certa infraestrutura, por que não considerar as favelas como uma opção de moradia?
Para ler o artigo, clique aqui.

Fonte: https://robertosakamoto.wordpress.com/2011/06/18/uma-arquitetura-que-o-arquiteto-nao-cria/



Biblioteca Nacional disponibiliza mais de 740 mil ítens digitalizados
Biblioteca Nacional
Digitalizações de mais de 740 mil itens raros podem ser acessadas, sem custo, na Biblioteca Nacional Digital (BNDigital). Acervo disponibiliza obras raras como o decreto, feito quatro dias depois da chegada da família real no Brasil, marcando o fim do pacto colonial e abrindo nossos portos às nações amigas para livre comércio de produtos.
Iluminação e ventilação naturais na 
arquitetura de Lelé
Por Jorge Isaac Perén
Edição 244 - Julho/2014



    DESENHOS : http://au.pini.com.br/au/solucoes/galeria.aspx?gid=5752
                                                                                                                                                                   UMA PESQUISA CONSTANTE: PARA ILUMINAR E VENTILAR
As soluções de projeto, desde a implantação e volumetria do edifício até o desenvolvimento de cada detalhe construtivo e de fechamento, estão direcionadas para a interação entre os princípios da ventilação e iluminação naturais e proteção da radiação solar direta, visando ao conforto ambiental e à eficiência energética.
A pesquisa contínua e a procura pela otimização do projeto e das técnicas construtivas foi uma característica da obra do arquiteto João Filgueiras Lima, Lelé, que deve ser perseguida pelas novas gerações de arquitetos. A participação no ciclo completo do processo de produção da edificação é fundamental e deve ser um exercício diário. Entenda-se pelo ciclo completo: concepção do projeto, desenho técnico, construção, manutenção e, especialmente, a avaliação pós-ocupação. A única maneira de saber se a solução projetual sugerida funciona é verificando seu uso quando está em ocupação. Assim, a avaliação pós-ocupação é uma das etapas mais importante do processo de pesquisa e de otimização, e que são evidentes em toda a produção do Lelé. Esse processo de pesquisa e otimização é ilustrado, por exemplo, pela evolução dos sheds da Rede de Hospitais Sarah Kubitschek.
A relação das variáveis de conforto térmico, iluminação e ventilação naturais, conforto acústico e a interação da infraestrutura com o sistema de ventilação natural ou artificial são presentes em todas as obras do arquiteto Lelé. Soluções arquitetônicas no projeto da Rodoviária de Ribeirão Preto, nos Hospitais da Rede Sarah e no Tribunal de Contas da União de Cuiabá (TCU) ilustram como todas as variáveis de conforto ambiental podem ser consideradas em qualquer tipo de programa, independentemente da sua complexidade.

DISTRIBUIÇÃO DO PROGRAMA E ORIENTAÇÃO DO VOLUME
A orientação e a volumetria dos edifícios projetados devem favorecer os ventos predominantes. Isso é possível mesmo em programas complexos, caso dos hospitais. Um exemplo é o hospital Sarah Kubitschek de Fortaleza. Nesse hospital, os ambientes passíveis de serem ventilados naturalmente estão organizados de maneira a receber o constante vento sudeste da região. Áreas como recepção, sala de espera, ambulatório, fisioterapia, entre outras, estão localizadas na frente do edifício para receber os ventos. O ar é posteriormente extraído pelas aberturas dos sheds, na parte superior.
Na implantação, destacam-se em amarelo as áreas ventiladas naturalmente e, em azul, os ambientes com ar-condicionado. As salas que requerem ar-condicionado, caso do centro cirúrgico, radiologia, laboratórios, entre outras, estão localizadas principalmente na parte posterior do edifício, onde o potencial de ventilação natural é limitado. Esses ambientes requerem ventilação artificial para o controle da umidade, da temperatura, da pressão estática para evitar a disseminação de bactérias e para o adequado funcionamento dos equipamentos. O bloco vertical de internação está localizado na parte sudoeste, acima do jardim interno, para evitar ser uma barreira ao vento.

A VENTILAÇÃO NATURAL ASCENDENTE
A ventilação natural dinâmica acontece pelo diferencial de pressão (pressão positiva e negativa) gerado na envoltória devido ao impacto do vento com a edificação. A pressão positiva é gerada nas superficies da envoltória atingidas pelo vento. A pressão negativa é gerada na parte posterior à direção do vento ou nas superficies que estão na "sombra de vento". O fluxo de ar se desloca da região com pressão positiva até a região com menor pressão ou com pressão negativa. A forma da envoltória do edifício, caso dos sheds, coberturas e janelas, podem induzir essas pressões de maneira a direcionar o fluxo de ar nos ambientes internos. Em Fortaleza, como na maioria dos hospitais da Rede Sarah, os sheds induzem a pressão negativa na parte superior-posterior de maneira a extrair o ar. Capta-se o ar pelas partes inferiores do edifício e se extrai pela parte superior, gerando um fluxo de ar ascendente. Outro exemplo dessa ventilação ascendente (extração do ar pela parte superior) é a rodoviária de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Para minimizar o ganho de calor por radiação de materiais como o concreto e obter o ar mais fresco, existem jardins de água e grama ao redor da edificação.

GERANDO A PRESSÃO POSITIVA: AS GALERIAS DE VENTILAÇÃO
A pressão positiva é mantida nos níveis inferiores do edifício de maneira natural ou mecânica. As galerias de ventilacão, além de facilitar a manutenção, têm a função de captar os ventos dominantes e manter a pressão positiva necessária para obter um fluxo ascendente. Na ausência de ventos fortes, que garantam a pressurização natural das galerias, a presão positiva é gerada por equipamentos mecânicos como exaustores ou ventiladores. A pressão positiva nas galerias e a pressão negativa na parte superior-posterior do shed é fundamental para gerar o fluxo de ar ascendente que vai das galerias pressurizadas, no nível inferior do edifício, passa pelos difusores nos ambientes do hospital, e sai pelo nível superior do shed, onde a pressão é menor ou negativa.

INDUZINDO A PRESSÃO NEGATIVA: OS SHEDS
O shed é um tipo de cobertura muito explorado por Lelé nas suas obras, especialmente nos hospitais. O shed permite a entrada de luz natural de maneira mais intensa e uniforme que a obtida por janelas laterais. No hospital Sarah Fortaleza, os níveis de iluminação durante o dia estão, em média, acima dos 500 lux. O shed também permite a ventilação natural dos ambientes e, dependendo da sua orientação, pode funcionar como captador de vento ou como extrator do ar quente. No caso dos hospitais da rede Sarah, a maioria favorece o efeito de sucção (funciona como extrator de ar). Sua forma é fundamental para induzir a pressão negativa na parte posterior, onde está a janela de saída. Essa pressão negativa provoca a extração do ar de dentro do ambiente. Dependendo da forma, pode-se incrementar o fluxo de ar em até 20%. Nos hospitais da rede Sarah, onde existe o mesmo programa, com demandas similares de conforto térmico, iluminação natural e ventilação, observa-se uma constante evolução no desenho do shed com o intuito de otimizar seu funcionamento.

INDUZINDO A PRESSÃO NEGATIVA: SARAH SALVADOR
No Sarah Salvador, adaptou-se ao shed uma pestana (ou testeira). Trata-se de uma peça de metal acoplada ao shed que funciona como brise, protegendo os ambientes internos da radiação solar direta. Essa proposta de shed teve alguns problemas: devido ao calor, a pestana sofria dilatações que deformavam a peça e, quando chovia, havia problemas de infiltração; a superfície côncava, próxima à boca da pestana foi pintada de azul para reduzir o calor refletido para dentro do ambiente; para também reduzir o calor e o ruído ocasionado pela chuva instalou-se, sob os brises da pestana, um material termoacústico de gramatura 600 g/m² conhecido vulgarmente como "bidim". O bidim é uma manta não-tecido de filamento de poliéster, similar a um feltro.

INDUZINDO A PRESSÃO NEGATIVA: SARAH FORTALEZA
Nesse hospital ocorre uma clara mudança no desenho dos sheds. Para evitar o ganho de calor induzido pela forma côncava do shed de Salvador, inverteu-se a superfície frontal. Surge então uma superfície convexa, que evita a radiação de calor para dentro do shed. Nessa solução, a pestana ou testeira ainda é uma peça independente acoplada ao shed. O hospital possui galerias de ventilação, mas, ao contrário do Sarah Salvador, os ambientes possuem uma única saída de ar, localizada na parte inferior das paredes.

INDUZINDO A PRESSÃO NEGATIVA: SARAH BRASÍLIA - LAGO NORTE
Neste hospital, o shed é uma peça única e o balanço da treliça faz a função da pestana ou testeira. Existem também brises na boca dos sheds.
No Sarah Brasília existem galerias, mas não têm a função de ventilar, servem apenas para manutenção da infraestrutura.

INDUZINDO A PRESSÃO NEGATIVA: SARAH RIO DE JANEIRO - CENTRO DE REABILITAÇÃO
No Centro de Reabilitação Infantil de Rio de Janeiro, localizado na Ilha Pombeba, observa-se um desenho mais evoluído. A treliça que dá forma ao shed é uma peça única com seção variável para economia de material. Seu balanço faz a função da pestana. Sob a superfície convexa, na parte posterior do shed, aparece outra superfície, com o formato invertido, gerando o entreforro que serve de duto do sistema de ar-condicionado. No eixo central do shed, cria-se um pé-direito maior, cujo vão superior serve para a entrada da luz natural. No pé-direito menor do shed, encontram-se os difusores de ar-condicionado.

DIRECIONANDO O FLUXO DE AR: SISTEMAS DE FECHAMENTO AUTOMATIZADOS
No novo hospital Sarah Rio de Janeiro, Lelé quebrou o conceito de janela com o forro basculante automatizado de policarbonato. Este sistema também foi utilizado em outros hospitais como o Hospital Escola de São Carlos, no interior de São Paulo. O forro basculante é uma interface com o exterior e funciona como um conjunto de janelas basculantes para controle e direcionamento do fluxo de ar e iluminação natural. Um forro mais simples, mas com o mesmo princípio de ventilar e filtrar a luz natural, foi utilizado em umas das salas do primeiro hospital de reabilitação infantil, localizado na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro.

A EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE VENTILAÇÃO: INTERAÇÃO ENTRE VENTILAÇÃO ARTIFICIAL E NATURAL
Dentre as obras do Lelé, chama a atenção a rede de Hospitais Sarah, especialmente o novo hospital Sarah Rio de Janeiro. As soluções de ventilação e iluminação naturais e seu consequente nível de desenvolvimento técnico é o nível ao que a arquitetura brasileira deve aspirar. Devido ao sistema híbrido de ventilação (natural, mecânica e artificial), à grande cobertura em formato de shed e ao novo forro de painéis basculantes, considera-se o Sarah Rio de Janeiro a principal referência e exemplo de uma constante evolução.

MATERIAIS DA ENVOLTÓRIA
Para reduzir o ganho de calor nos ambientes, os painéis internos e externos de argamassa armada não têm contato entre si, para evitar a ponte térmica. A fixação atende a este critério de conforto térmico.

JORGE ISAAC PERÉN é arquiteto e urbanista pela USP, São Carlos, com mestrado pela mesma instituição com o tema Ventilação e iluminação naturais na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: estudo dos hospitais da rede Sarah Kubitschek Fortaleza e Rio de Janeiro. É estudante de doutorado no departamento de engenharia de construção civil da Escola Politécnica da USP, São Paulo e pesquisador visitante na Eindhoven University of Technology (TU/e), na Holanda, e consultor no escritório PP + Arquitetura Bioclimática

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 Fonte: http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/244/artigo318112-1.aspx
Mais segurança requer melhores espaços públicos
Copenhagen, Superkilen  
    Copenhagen, Superkilen

É possível que um bom espaço público induza o comportamento social e possa fazer uma cidade mais segura? É possível contribuir com um problema tão complexo e urgente de diferentes perspectivas disciplinares? Algumas pessoas argumentam que arrumando  rapidamente as "janelas quebradas" e repensando as ruas são as melhores políticas preventivas.
Em 1969, Philip Zimbardo, professor na Universidade de Stanford, realizou um experimento no âmbito de suas pesquisas em psicologia social. Ele colocou um carro não licenciado com o capô levantado em uma rua negligenciada no bairro do Bronx, em Nova Iorque, e um carro similar em um bairro rico de Palo Alto, Califórnia. O carro no Bronx foi atacado em menos de dez minutos. Seu aparente estado de abandono permitiu o ataque. O carro de Palo Alto não foi tocado por mais de uma semana. Foi então que Zimbardo resolveu quebrar a janela do carro. Quase imediatamente, transeuntes começaram a pegar coisas do carro. Em algumas horas, o carro estava completamente danificado. Em ambos os casos, muitos dos que atacaram os carros não pareciam ser pessoas perigosas. Esse experimento levou os professores de Harvard George Kelling e James Wilson a desenvolver em 1982 a Teoria das Janelas Quebradas: "Se uma janela quebrada é deixada sem reparos, as pessoas concluirão que ninguém liga para ele e que não há ninguém o vigiando. Então mais janelas serão quebradas e a falta de controle se espalhará dos edifícios para as ruas, mandando um sinal que 'vale tudo' e que não há autoridade".
Seguindo isso Kelling foi contratado – muito antes que Rudy Giuliani e a sua Política de Tolerância Zero - pela Acessoria do Metro de Nova York, onde reinavam a insegurança e o crime. Seu primeiro desafio foi convencer o prefeito progressista da cidade, o democrata Ed Koch, que a solução não era reforçar o policiamento e fazer mais prisões, mas sim limpar e sistematicamente prevenir pixações no interior e no exterior dos vagões, garantir que todos pagassem seus bilhetes e erradicar a vadiagem no metro. Apesar das críticas, a transformação do Metro de Nova York começou através de símbolos concretos e detalhes que foram bastante visíveis e que re-estabeleceram ordem e autoridade. Até o célebre designer Massimo Vignelli, autor da sinalização, decidiu inverter as cores dos pôsters para tipografia branca sobre fundo preto para desencorajar as pixações. Hoje é um modelo de espaço público seguro e eficiente, além de um emblema que os nova-iorquinos não estão dispostos a se comprometerem novamente.
A idéia é simples mas poderosa: os maus hábitos se espalham rapidamente, mas os bons hábitos, com força e continuidade, podem desbancar os ruins. Como muitas coisas ao nosso redor estão em um estado crítico graças à nossa indiferença aos primeiros sinais de que algo não está certo? Quantas janelas quebradas nós vemos cada dia? Isso tem relação com a marcação de limites e a extinção dos maus hábitos com estratégias situacionais e preventivas que envolvem não só as autoridades mas também a comunidade na resolução de problemas através de participação ativa. É também o fato de revindicar o papel do Estado na regulação e controle de uma área onde interesses gerais sempre devem ter prioridade, pequenos ou grandes, com ou sem justificação. Em contraste ao que muitos clamam como perspectivas libertárias errôneas, coexistência democrática no domínio público requer a restrição de liberdades individuais para maximizar o bom uso e o disfruto coletivo dos espaços públicos
Algumas das cidades mais bem sucedidas que lidam com essa situação  escaparam de sua deteriorização com planejamento proativo com projetos de alta qualidade,  cultura de higiene urbano e constante manutenção, ou como o ex-prefeito de Curitiba, Jaime Lerner, costuma dizer: “obcessão com a acupunctura urbana.”
Uma das primeiras a levantar essas questões foi Jane Jacobs, célebre e controversa ativista de direitos civis em Nova York. Inicialmente ridicularizada por tecnocratas do modernismo urbano, hoje é vindicada e citada inclusive pelo Presiente dos EUA, Barak Obama. Em seu livro "Morte e Vida de grandes cidades" (1962) ela recupera as preexistências ricas de cidades multifuncionais, compactas e densas onde a rua, o bairro e a comunidade são vitais para a cultura urbana. "Para manter a segurança da cidade é a tarefa principal das calçadas e ruas". Para ela, uma rua segura é uma que promete uma delimitação clara entre espaços públicos e privados, com pessoas e movimento constante, assim como pequenas quadras que geram muitas esquinas e intersecções, onde os edifícios olham para a calçada para que haja muitos olhos constantemente a vigiando.
O futuro da humanidade e do planeta depende de termos cidades melhores. Sabemos que focando em espaços privados e fugindo para periferias urbanas insustentáveis não é a solução e ainda torna o problema pior. Nossa "qualidade de vida" não pode depender dos guetos guardados por muros, alarmes e exércitos privados. Reduzindo insegurança e medo é muito mais uma prioridade aqui quanto tornar essas áreas mais eficientes, integradas e criativas. Devemos começar a olhar o espaço público como o coração da vida moderna; seu desenho, seu uso, sua gestão e suas novas funções. Devemos repensar as rua, as praças, os parques; as matas e as paisagens urbanas, que nos permite construir uma identidade e experimentar o encontro, o intercâmbio e as diferenças. "Um local somente se torna um lugar quando o apropriamos culturalmente”, disse Heidegger.
Pesquisas recentes demonstram que essas correspondências entre desenho urbano, comunidade e espaços públicos são complementos efetivos para a implementação de uma política de segurança constante. Bill Hiller, professor da Universidade de Londres, em seu Laboratório de Sintaxe Espacial, investiga e mapeia fluxos entre crime, espaço e população. Milhões de dados reunidos e anos de análises permitiram que concluísse, não diferente de Jacobs, que cidades compactas e densas são mais seguras que bairros residenciais de baixa densidade. Zonas mono funcionais com pouca presença de residências - que perdem vitalidade e pedestres em uma certa hora - também não são recomendadas. A rua novamente se torna chave com muitas dimensões - não em grandes proporções - um tecido urbano denso entre edifícios que conformam uma rede com boa densidade populacional. As torres com gradis ou muros para a rua e os inatos shoppings centers que se isolam do espaço público, entretanto, não ajudam. O ideal: quadras com comércios no térreo e residências nos pavimentos superiores, conformando ruas e bairros animados e heterogêneos que misturam pessoas e atividades distintas, do educacional, cultural e institucional ao comercial, turístico e  produção sustentável.
Os problemas de segurança devem fazer parte das normas urbanísticas assim como fazer parte dos desafios iniciais de projeto, arquitetura e obras públicas. As atuais ansiedades e impossibilidades nos desafiam a buscar e inovar com outras lógicas, a fim de criar uma cidade com maior participação e menos especulação.
Referência: Plataforma Urbana


 Fonte:Porada, Barbara. "Mais segurança requer melhores espaços públicos" [How to Design Safer Cities] 16 May 2013. ArchDaily Brasil. (Trad. Britto, Fernanda) Acessado 1 Fev 2015.  http://www.archdaily.com.br/br/01-97751/mais-seguranca-requer-melhores-espacos-publicos?ad_medium=widget&ad_name=most-visited-article-show