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terça-feira, 12 de agosto de 2014

Novos rumos para a mobilidade urbana

Claudio Bernardes - Folha de S. Paulo
 Mobilidade urbana
O rápido crescimento mundial das populações urbanas traz consigo novos elementos e parâmetros a serem introduzidos na intrincada equação do desenvolvimento equilibrado das cidades. Questões complexas como segurança pública, saúde, habitação e drenagem urbana devem estar no radar dos planejadores e administradores municipais, mas a mobilidade urbana é claramente uma prioridade nos grandes centros. Portanto, a integração entre transporte público e desenvolvimento é imprescindível para estabilizar o crescimento, a fim de aliar ao adensamento positivo e harmonizado os benefícios sociais, ambientais e econômicos, na exata medida das necessidades da cidade.
Para a economia urbana, os custos do transporte coletivo em modelos de desenvolvimento compactos, no entorno de eixos de corredores de ônibus, linhas de metrô, monotrilhos, por exemplo, são menores do que os relativos ao transporte individual. Um modelo que permitisse ao município, Estado e à iniciativa privada firmar parcerias para o desenvolvimento conjunto de empreendimentos comercias e residenciais, paralelamente à implantação do transporte público, poderia evitar as distorções que existem hoje. Lamentavelmente, questões correlatas à mobilidade urbana acabam sendo resolvidas depois que os problemas estão criados. A integração planejada do transporte com o tecido urbano torna a cidade mais viva, melhora as opções de acessibilidade e torna o ambiente urbano mais agradável.
Criar estações de transporte que são mais do que simples estações. Concentrar e conectar escritórios, comércio, hotéis e lazer no entorno de linhas de transporte público de alta capacidade ajudam a atingir a escala adequada de desenvolvimento para essas atividades. E também contribuem para aperfeiçoar o desempenho desses meios de locomoção, a partir da popularização do uso do transporte público para o cumprimento das atividades diárias. Está claro que transporte e planejamento urbano estão intimamente ligados e são mutuamente influenciados. A sua integração proativa aumenta a qualidade de vida nas áreas urbanas, contribui com a sustentabilidade e ajuda a mudar o comportamento dos cidadãos em relação à mobilidade na cidade.
Além disso, modelos inovadores de gerenciamento de sistemas de transporte público, capazes de interconectar transporte sobre trilhos e sobre pneus por "software" e informar ao usuário, pela internet, a melhor alternativa para se chegar ao destino, como hoje existe para o transporte por automóvel, será, sem dúvida, um grande aliado à mobilidade urbana em um futuro próximo.
Embora seja difícil promover mudanças estruturais em uma cidade, cujo crescimento "físico" se deu de maneira inadequada, seria importante, mesmo que em uma transição paulatina, porém bem planejada, estruturar a cidade para que se possam desenvolver modelos alternativos de transporte. Isso inclui melhorar as calçadas, para que caminhadas mais longas sejam possíveis, seguras e confortáveis, bem como ciclovias adaptadas adequadamente ao sistema viário.
Não se pode esquecer que o transporte na cidade não é somente de pessoas, mas também de cargas, e a mobilidade está associada a esses dois parâmetros.
Manter circulando nas vias urbanas somente o transporte de cargas necessário para o dia a dia das cidades, e aprimorá-lo, é condição essencial para que ele não seja mais um problema dentro da matriz de mobilidade urbana. Estruturar o uso de informações em tempo real para administrar a movimentação de mercadorias "on demand" pode ser de grande valia na redução desse problema.
Está claro que o futuro da mobilidade urbana vincula-se a sistemas multimodais interconectados de forma inteligente, adaptados adequadamente à estrutura física do tecido urbano e associados ao modelo de uso e ocupação do solo. Isso, sem dúvida, definirá a intensidade, frequência e qualidade dos deslocamentos da cidade.

Fonte:

Oscar Niemeyer por Marcelo Ferraz

Encontros com Oscar Niemeyer

Marcelo Carvalho Ferraz conta sobre seu convívio com Niemeyer e fala da importância do arquiteto




Conheci Oscar Niemeyer em 1989 em um almoço oferecido a ele por Lina Bo Bardi, com quem eu trabalhava. Foi um encontro muito especial de dois velhos amigos – Lina e Oscar – que não se viam desde 1964. Ali, falaram muito sobre o Brasil e nossos eternos problemas e pouco sobre arquitetura.
Anos depois, já em 2002, Oscar me ligou e, num longo telefonema, fez muitas perguntas a respeito da arquitetura de museus. Queria saber sobre as dimensões ideais de espaços expositivos, sobre técnicas variadas de iluminação etc. Ao final, ele me pediu um pequeno relatório sobre o que seria um bom programa de necessidades para um museu contemporâneo. De início, achei que fosse um trote de algum amigo, mas não, era ele mesmo, o Oscar. Fiz rapidamente o relatório, enviei por fax e recebi novamente um simpático telefonema de agradecimento.
Alguns dias depois, outro telefonema. Dessa vez, Oscar me convidava para colaborar na transformação de um antigo projeto seu – um grande edifício construído em 1970 para abrigar uma escola – em um museu contemporâneo. Justificou o convite dizendo que queria ter a seu lado o “pessoal de Lina”, que entendia do assunto. Tratava-se do Novo Museu de Curitiba, atualmente Museu Oscar Niemeyer. Aceitei, é claro, e com meu sócio Francisco Fanucci e minha equipe do Brasil Arquitetura, trabalhamos intensamente durante um ano, até a inauguração do museu.
 Os encontros com Oscar eram sempre em seu escritório, no Rio, mas ele se deslocou para Curitiba de carro para a inauguração. Nessa relação de trabalho, Oscar foi sempre  gentil e amigo, ouvindo e ponderando nossas sugestões, discutindo cada ponto do projeto, com muito respeito profissional. Em um certo momento, ele disse: “bem, vocês cuidam da reforma e adequação do edifício velho, e eu cuido do bloco novo”, hoje conhecido como “olho”, que virou um forte marco de Curitiba. E assim foi. Sou muito grato a ele pela confiança depositada em nós, e pela “amizade acima de tudo”, como sempre dizia.
 A importância do arquiteto
Oscar Niemeyer é, acima de tudo, um grande humanista, um militante incansável da justiça social, de um mundo melhor para todos. Claro que, humano que é, não é uma unanimidade. Mas são inquestionáveis sua genialidade, originalidade e peculiaridade. Por ser “tão único” em seu modo de fazer arquitetura, não deixa uma escola, seguidores, como outros arquitetos importantes. E muitos que se arvoram a isso “dão com os burros n’água”.
Oscar é um arquiteto que tem uma obra marcante e tocante para todos os arquitetos, e também para os não arquitetos que tomam conhecimento dela. O que mais me admira em Oscar é sua intuição estrutural, condição ou atributo fundamental para todo bom arquiteto. Também o seu senso de escala para projetar grandes espaços públicos, verdadeiros palácios, é impressionante. Veja o interior do Itamarati, por exemplo.
Obras marcantes
Para mim, o Conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte, é a obra máxima de Oscar. A sabedoria na implantação dos edifícios, as formas surpreendentes, o detalhamento no uso dos materiais… É um trabalho primoroso. Há também os Pavilhões do Parque Ibirapuera, com a marquise a conecta-los de modo elegante, muito original, criando um passeio coberto e aberto à vegetação, ora criando grandes espaços, verdadeiros salões, ora caminhos cobertos. E acho genial a rampa do Pavilhão da Bienal, que sempre é a estrela numero um das exposições que ali acontecem, inclusive salvando algumas delas do fracasso.
E o Edifício Copan: uma verdadeira aula de urbanismo. Uma implantação que claramente propõe uma nova lógica de relacionamento urbano para São Paulo, entre edificações e pedestres, mais humana, mais e mais centrada na convivência. Estas, são obras que devem ficar sempre em nossa mirada como bons exemplos a serem seguidos em busca de uma cidade mais democrática e confortável.
Marcelo Carvalho Ferraz é arquiteto, sócio-fundador do escritório Brasil Arquitetura e autor dos livros “Arquitetura Rural na Serra da Mantiqueira” e “Arquitetura Conversável”
http://studiorobertoreis.com.br/wp-content/uploads/2012/04/final-do-final.jpg

Créditos: oficinadeestilo.com.br

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

ESCADAS HELICOIDAIS

1 | Vatican Museum

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Photo by: Alexander Dragnov

2 | Sagrada Familia, Spain

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Photo by: Vincent Spanneut

3 | Dresden, Germany

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Photo by: Philipp Götze

4 | Cottbus University Library, Germany

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Photo by: Philipp Götze

5 | Heal’s Department Store, United Kingdom

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Photo by: Aaron Yeoman

6 | San Francisco, USA

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Photo by: Ryan C. Anderson

7 | Germany

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Photo by: Matthias Haker

  
 8 | Queen’s House, United Kingdom
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Photo by: Edward Bozzard

9 | Location Unknown

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Photo by: Izidor Gasperlin

10 | Finland

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Photo by: Ilkka Hämäläinen

11 | Castle Hartenfels in Torgau, Germany

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Photo by: HannoFlickr

12 | Eckmuhl Lighthouse, France

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Photo by: Mickael Lootens

13 | Location Unknown

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Photo by: Harry Lieber

14 | Tokyo, Japan

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Photo by: Imarin95

15 | Chinese Garden, Singapore

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Photo by: Renanda Rahmawan

16 | Dresden, Germany

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Photo by: Philipp Götze

17 | Deutsche Kinemathek Museum, Germany

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Photo by: Christian Beirle González

18 | Munich, Germany

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Photo by: Christian Beirle González

19 | Dresden, Germany

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 Photo by: Philipp Götze

20 | Vizcaya Museum, USA

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Photo by: Marco Hofmann
Um dos grandes desafios do planejamento urbano é o fato de que aqueles que se encarregam dessa tarefa estão, geralmente, longe dos reais problemas que afetam as pessoas para as quais as mudanças são planejadas.
Por exemplo, se o encarregado de planejar a rede de ciclovias de uma cidade não se desloca de bicicleta, dificilmente entenderá quais são as soluções que um ciclista necessita. Ou se, como ocorre em Nova Iorque, o encarregado do planejamento tem um alto salário, vive em Manhattan e seus trajetos são curtos e feitos de metrô, com certeza seus problemas serão muito diferentes dos da maioria da população que realmente necessita de melhorias nos transportes.
Comumente, a solução para este problema tem sido juntar a maior quantidade de opiniões e dados através de mecanismos de participação cidadã, como oficinas, grupos de discussão, pesquisas, assembleias, etc.
Associação Regional de Planejamento (RPA), uma organização independente que há 90 anos trabalha para melhorar a prosperidade, a infraestrutura, a sustentabilidade e a qualidade de vida da região metropolitana de Nova Iorque/Nova Jersey/Connecticut, está atualmente desenvolvendo o quarto plano regional para o metrô de Nova Iorque e, além de usar as ferramentas de participação anteriormente citadas, realizou um interessante exercício para determinar quais são as verdadeiras necessidades de transporte dos cidadãos para os quais se planeja.
A partir de dados tomados do último Censo foram criados 10 perfis de cidadãos - que representariam estatisticamente as pessoas que vivem na região.
Estes “avatares”, como têm sido chamados, funcionam como uma espécie de “banca” pelo qual cada uma das propostas do plano que que passar. Para que uma proposta seja aprovada e incorporada ao plano, deve se provar relevante para os 10 perfis de cidadãos.
Dentre esses “avatares” está Jim, que vive em Manhattan, é branco, empresário e tem uma renda alta. Ava vive no Brooklyn, é adolescente e sua renda familiar é inferior a 30 mil dólares ao ano. Xavier é um imigrante porto-riquenho que com um salário médio mantém sua mulher e três filhos.
Em Nova Jersey temos Treshia, que tem 21 anos, vive com seu noivo e esta preocupada pois mora num bairro que corre risco de gentrificação, o que tem feito o aluguel de seu apartamento aumentar. Susan vive no condado de Ocean, tem 61 anos, um bom trabalho, porém uma poupança pequena. Bill vive em Middlesex, é aposentado e sua renda não é o bastante para que possa viver em uma casa de repouso.
Dente os perfis também temos Alicia que vive em Long Island, é estudante universitária e mora com seus pais. Clarissa é de Connecticut, é imigrante, e seu emprego lhe garante uma renda média. Finalmente temos Seth, que vive no Vale do Hudson, é negro, corretor de seguros e se desloca constantemente para Manhattan.
Como melhorar o transporte e aproximar aqueles que têm menos oportunidades de um emprego melhor devido a distância? Como planejar para todos?
Estas são algumas das questões que a RPA pretende resolver “perguntando” a seus avatares.
Assim, por exemplo, uma expansão do metrô em Manhattan, que ajuda somente a Jim, poderia somar menos pontos que um túnel por baixo do rio Hudson que ajuda a Jim, mas também a Treshia, Susan e Bill.
A ideia da RPA ao criar estes perfis é para que existam mais ferramentas para que o planejamento urbano esteja o mais próximo possível das necessidades reais dos cidadãos.
“Na década de 1920, um grupo de pessoas entrou num apartamento e desenhou linhas sobre um mapa e Robert Moses tomou o plano e o construiu. Este, obviamente, já não é mais o modelo”, comentou a RPA.
Via Plataforma Urbana. Tradução: Arthur Stofella, ArchDaily Brasil.
Cita:Equipo Plataforma Arquitectura. "Para quem a cidade é planejada? Nova Iorque tem a resposta para essa pergunta" 08 Aug 2014. ArchDaily. Accessed 11 Ago 2014. <http://www.archdaily.com.br/br/625252/para-quem-a-cidade-e-planejada-nova-iorque-tem-a-resposta-para-essa-pergunta>

Arquivos de CAD gratuitos das 241 maiores cidades do mundo

Imagem dos layers do arquivo da cidade de Nova Iorque via bdon.org         Imagem dos layers do arquivo da cidade de Nova Iorque via bdon.org
Projetar em cidades distantes, das mais variadas regiões, se tornou algo muito mais acessível graças a Brandon Liu, um programador de San Francisco, que usou dados do OpenStreetMap para criar arquivos .DXF das 241 maiores cidades do mundo. O mais interessante é que esses arquivos estão disponíveis gratuitamente para download!
Os arquivos tem, evidentemente, algumas limitações devido ao modo como foram convertidos a partir de dados online (talvez a maior limitação seja que as vias sejam representadas apenas com uma linha), contudo, os arquivos apresentam informações de hierarquia de ruas, edificações, ferrovias, parques e cursos d'água, com cada um desses elementos separados em um layer exclusivo no desenho.
Confira, a seguir, os arquivos de CAD de algumas das 241 maiores cidades do mundo (os nomes foram mantidos tal qual aparecem disponíveis para download), e acesse a página de Liu para mais informações.
América do Norte
Europa
Oceania
Oriente Médio
América do Sul
África
Ásia

Fonte:Stott, Rory. "Arquivos de CAD gratuitos das 241 maiores cidades do mundo" [Free CAD Files of 241 Major World Cities] 08 Aug 2014. ArchDaily. (Romullo Baratto Trans.) Accessed 8 Ago 2014.  http://www.archdaily.com.br/br/625255/arquivos-de-cad-gratuitos-das-241-maiores-cidades-do-mundo